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SALVADOR

Dia dos Namorados: eterna busca por alma gêmea

Por Clarissa Borges

11/06/2006 - 19:14 h

Roberto e Solange* se conheceram, começaram a namorar e, rapidamente, vieram os planos para o casamento. Eram felizes, mas a relação foi interrompida por uma viagem dele a Londres, onde permaneceu por dois anos. O casal se afastou e Solange acabou conhecendo outra pessoa, com quem refez os planos de uma vida a dois. Com a volta da antiga paixão, ela abandonou tudo e foi viver com sua verdadeira cara-metade.



O casal em questão poderia ser personagem de novela ou cinema, mas existe na vida real, mora em São Paulo com os três filhos, e vive com a plena certeza de que nasceram um para o outro. É um dos mais de 40 mil casos já atendidos pela astróloga kármica e terapeuta de vidas passadas Dulce Reina, que há 20 anos dedica a vida ao estudo e orientação sobre almas gêmeas. Foi através da análise dos mapas de Roberto e Solange que ela pôde aconselhar à jovem que resgatasse o antigo relacionamento, pois se tratava da sua alma gêmea.



É de Platão, um dos mais célebres filósofos da humanidade, um dos primeiros registros sobre almas gêmeas. Em O Banquete, obra dedicada ao amor, o pensador descreve a divisão do ser humano em almas distintas. Um terceiro gênero pertencente à humanidade, o andrógino, virou-se contra Deus e foi punido com a separação dos seus corpos – que eram dobrados.



Desde então, as duas almas separadas desejam mais do que tudo encontrar sua outra metade para, enfim, sentirem-se completas. A narrativa filosófica de Platão é a metáfora sobre a busca humana pelo par perfeito, que move grande parte da humanidade. No dia dedicado aos namorados, casais exacerbam as promessas de amor eterno, muitos na certeza de encontraram seu par ideal.



Na atualidade, algumas teorias explicam a existência de almas gêmeas com viés religioso, filosófico e até científico, quando não romântico, como nos roteiros hollywoodianos. Espiritismo, astrologia e filosofias hindus são a base do trabalho de Regina, motivado por uma experiência pessoal que resultou no encontro da própria alma gêmea.



A astróloga, autora de livros como “Alma gêmea, o encontro e a busca”, “Vidas que se repetem” e “Almas Gêmeas em busca da luz”, analisou, a pedido do A Tarde On Line, os mapas astrais da auxiliar administrativa Laís Nunes e do operador Fábio Franco. Juntos há dois anos e meio, os dois baianos aceitaram fornecer os dados de nascimento, inclusive a hora, e tiveram a união analisada.



Regina explica que a base para acreditar na existência de almas gêmeas é aceitar a teoria da reencarnação. Em seu trabalho de atendimento pessoal, ela analisa a conjunção dos astros no momento do nascimento e faz uma análise geral sobre a vida de uma pessoa, mas presta especial atenção às relações daquela pessoa com os que a cercam, sejam relações amorosas ou não.

Depois, ela indica a melhor forma de agir e as relações que podem ser mais frutíferas. “Para saber o que aconteceu realmente em outras vidas e porque adquirimos esses diversos karmas é preciso fazer uma regressão”, revela.



Através da análise kármica do mapa natal de Laís Nunes, a profissional percebeu que em outras encarnações a auxiliar administrativa passou por situações de abandono e solidão e que tem um karma de rompimento com o atual parceiro – o que significa que pode ter tido com ele relações afetivas rompidas bruscamente”. Essa situação vivida em outra existência seria a causa de uma possível carência afetiva.



A relação de Fábio Franco com a atual namorada, entretanto, é de amor e, por isso, deve buscar não repetir a história de vidas anteriores. Os dois têm, nesta vida, a oportunidade de continuar o relacionamento que havia sido interrompido. “Quando as pessoas se unem novamente, devem ficar atentas aos karmas e às energias trazidas de outras vidas, para transmutar o que há de negativo e valorizar o positivo”, aconselha Regina.



A auxiliar administrativa concorda com a análise da astróloga. “O que ela falou tem muita a ver comigo e com minha relação com Fábio”, garante. Laís vê na reparação dos erros a utilidade da análise feita pela astróloga e diz que já pensa em fazer a regressão a vidas passadas. “Acho que ajuda muito saber o que aconteceu em outras vidas, porque se você sabe o que esteve errado, vai procurar não fazer mais”, avalia.



O namorado prefere não se manifestar sobre as informações da astróloga. Laís garante que não tem religião, mas acredita na existência de vidas passadas e na influência delas sobre o presente. “Sempre digo para ele que viemos aqui para consertar alguma coisa”, lembra a namorada.



A professora Renata Souza* acredita que buscar vidas passadas ou previsões sobre relacionamentos pode ser prejudicial, mas confessa que já consultou o mapa astral da pessoa amada pela internet e procurou os búzios para saber sobre a própria vida. Ela acrescenta que não acredita em almas gêmeas. “Apenas acredito que existe o sobrenatural”, limita. “No primeiro caso, fiz para buscar entender melhor a pessoa com quem me relacionava, mas não ajudou muito”, confessa. Para Renata, esse tipo de consulta pode criar muita expectativa sobre o que foi dito, o que pode acabar atrapalhando.



Relações Segunda a astróloga, existem três tipos de relações entre espíritos encarnados, que explicam muitos dos conflitos existente entre os amantes. O tipo kármico é aquele em que dois espíritos precisam resgatar traumas de vidas passadas e, por isso, têm uma ligação na Terra. “É o tipo mais comum e, geralmente, se caracteriza por relações difíceis, que envolvem posse, raiva e ciúme”, revela.



Outra espécie de relação é a de almas companheiras, caracterizada por intensa afinidade entre espíritos que vieram a terra para realizar um trabalho em conjunto. “Essas pessoas podem até viver juntas, casar-se, e serão felizes, porque têm uma missão afim”, completa.



Dois espíritos podem encontrar-se unidos ainda porque são almas gêmeas. “Essas têm características muito semelhantes, mas falo de características internas, não de coisas externas como gostar do mesmo prato”, explica. Segundo a astróloga, as almas gêmeas têm uma facilidade muito grande de compreensão mútua e possuem uma afinidade na maioria das vezes inexplicável.

Mas para os românticos que andam em busca de sua outra metade, a profissional faz um alerta. “A existência de almas gêmeas não significa que todos vão encontra-la necessariamente nesta vida, porque a outra metade pode, inclusive, nem estar encarnada neste plano”, avisa.



Quando ocorre o encontro, este pode se dar quando as almas gêmeas estão encarnadas em situações distintas daquelas dos romances. Podem ser pais e filhos, irmãos e até amigos. Além disso, o reencontro pode não ser um mar de rosas , como se pode imaginar. “Quando o espírito vem a terra, adquire karmas e sua alma gêmea também, por isso o encontro pode causar conflitos”, diz.



A doutrina espírita – que reúne conhecimentos acerca da origem, natureza e destino dos espíritos - descarta a existência de metades idênticas que precisam se encontrar para viver em completude. Segundo o livro dos Espíritos – obra fundadora da doutrina - “Não existem uniões fatais e particulares entre os espíritos. A união que há é a dos Espíritos em geral”.



A explicação para a afinidade que surge instintivamente entre as pessoas vem em seguida: “É a perfeita concordância de pendores e instintos que gera a simpatia existente entre um e outro espírito”. É exatamente esta definição que leva a estudante Ana Paula Paixão a acreditar em ligações especiais entre as pessoas.



“Acredito não naquela historia de que duas almas se completam para formar uma só, mas que exista uma grande afinidade entre alguns espíritos, de tal forma que em todas as vidas eles se encontram e têm uma ligação muito forte’, define.



Apesar de se definir como “muito católica”, a estudante conta que já consultou uma taróloga e uma cartomante sobre relacionamentos amorosos e que acredita na influência de certos conselhos e previsões, mas acha que esse poder é superficial. “Quando você acredita muito em uma coisa, ela acaba exercendo alguma influência”, define a estudante, que já chegou a fazer “simpatias” recomendadas por profissionais em busca da sua alma gêmea.



Atualmente, Ana Paula garante que o único tipo de previsão que busca é através do horóscopo e, ainda assim, não se deixa influenciar por completo. Antes, seria capaz até de perder o interesse por alguém com quem os astros indicassem uma relação complicada. “Hoje, acredito que nós temos o poder de mudar nosso destino com atitudes”, conclui.



Para quem busca, acima de tudo, descobrir e conquistar sua alma gêmea, Dulce Reina dá um conselho decisivo: “Antes de querer encontrar sua alma gêmea, é preciso querer se encontrar”. Para a terapeuta, a primeira lição a aprender é que não se deve depender do outro para ser feliz.



*Os nomes foram trocados para preservar a privacidade dos entrevistados.

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