Edital avalia empresas para obras de VLT
O edital de pré-qualificação das empresas interessadas em executar as obras do veículo leve sobre trilhos (VLT) no trecho Comércio-Paripe foi publicado nesta terça-feira, 30, no Diário Oficial do Estado.
A fase de pré-qualificação, na qual as interessadas apresentam documentos comprovando a capacidade de execução da intervenção, antecede o processo licitatório.
A licitação será feita em modelo de leilão, entre as empresas aptas a realizar as obras. Vencerá a disputa quem fizer a proposta de menor custo. O valor da obra é estimado em R$ 1 bilhão.
Segundo o coordenador-geral do movimento Ver de Trem, Gilson Vieira, o VLT contempla os anseios de ativistas da área de mobilidade, por ser um modo de transporte moderno, rápido e não poluente.
No entanto, ele considera que o governo não deveria alterar toda a estrutura instalada atualmente no subúrbio ferroviário. Conforme Vieira, o ideal seria que a bitola (distância entre os trilhos) mais usada no Brasil - a métrica, de dois trilhos - não fosse eliminada do sistema.
Terceiro trilho
Isso porque, de acordo com ele, a gestão do ex-prefeito João Henrique reformou oito quilômetros de trilhos, investindo R$ 49 milhões. "Uma substituição total seria jogar dinheiro fora", define.
Vieira defende ainda que um terceiro trilho seja acrescentado à estrutura, quando necessário, transformando a bitola métrica em standard e possibilitando a circulação de trens e metrô no mesmo trilho utilizado pelo VLT.
A TARDE tentou contato com a Casa Civil do estado para apurar se haverá uma substituição total do sistema ou a adaptação dele ao VLT, mas não obteve sucesso.
Porém, em nota enviada à imprensa, o órgão diz que "o VLT substituirá o atual trem do subúrbio" e "será integrado a outros meios de transporte, como BRT e metrô".
Líder do grupo Salvador Sobre Trilhos, Luís Bezerra, vai na contramão de Vieira e afirma que "os leitos do VLT, do trem e do metrô são incompatíveis", por conta do peso diferente das composições.
Bezerra considera, ainda, que as obras feitas na gestão João Henrique "foram remendos, paliativos". E garante que toda a estrutura ferroviária terá que ser substituída para receber o VLT.
Ele destaca, porém, que a implantação do trem regional metropolitano - que vai ligar Conceição de Feira, Salvador e Alagoinhas - não será prejudicada pelo VLT. Os dois modais serão integrados.