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20/06/2024 às 1:09 - há XX semanas | Autor: Gabriel Moura

HISTÓRIA

Entenda o que aconteceu com as mariquitas do Largo da Mariquita

Poluição afastou animais marinhos do local

Estátua de Iemanjá é um dos ícones do largo
Estátua de Iemanjá é um dos ícones do largo -

Por lá, de tudo há. A bênção da espelhada estátua de iemanjá, a miscelânea de artesanatos na feira local, os bares que moldam o coração da meca da boemia soteropolitana, além das delícias que saem da fusão das mãos de Cira com o dendê. Ou melhor, quase tudo. Os peixes xarás do Largo da Mariquita desfalcam o rolé.

Ausência essa notada pelo cantor e compositor Roque Ferreira em “Vi Mamãe na Areia”, onde garantiu que aprendera “samba-de-roda com mãe Preta Benedita, no tempo que o Rio Vermelho tinha peixe mariquita”.

A data da tal aula não foi revelada na música, mas a possibilidade mais real é que o compositor nascido em 1947 na cidade de Nazaré tenha exagerado na licença poética. O biólogo Cláudio Sampaio explica que o peixe mariquita (dules auriga) não tem a Bahia como habitat natural. Por cá, encontra-se a arraia mariquita, popularmente conhecida como “arraia de prato” ou “arraia de pedra”.

Além disso, todas as mariquitas vivem no mar. E até as águas salgadas do Rio Vermelho tornaram-se inabitáveis para as sensíveis arraias, pois são foz do poluído rio das Tripas - cuja outrora tonalidade avermelhada, tingida pelo sangue de animais abatidos, batizou o bairro no passado.

“As arraias mariquitas estão associadas a recifes de corais. Infelizmente, os recifes de Salvador estão sob constante e forte impacto pela poluição de esgotos, lixo plástico, pesca excessiva e mudanças climáticas. Recentemente registramos o fenômeno do branqueamento, devido a elevação da temperatura da água do mar”, esclarece o especialista.

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Largo do Mariquita

Menos mal que a mariquita homenageada no largo não é a arraia. Aliás, o gênero do largo deveria mudar, pois é azul a cor do chá revelação de Caramuru, o verdadeiro mariquita. Nelson Cadena, jornalista versado na história soteropolitana, conta que o atual batismo deriva de 1500, quando indígenas se referiam a região com um nome similar a “mairaquiqui”.

“Há duas versões: alguns dizem que a palavra significa náufrago, citando o local onde Caramuru teria encontrado terra firme; outros que o nome deriva de ‘vila do francês’, pois ali era a base do europeu para o tráfico de pau-brasil”, explica.

Fato é que o nome Largo da Mariquita (ou do Mariquita) é mais antigo que Salvador.

Apesar da tradição, nos anos 30 a prefeitura achou de bom tom renomear o local para “Augusto Severo”, homenageando um político que nem baiano era. A novidade não pegou, para felicidade de Roque Santana, pois o verso ‘no tempo que o Rio Vermelho tinha Augusto Severo’ seria menos poético.

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Cultura história Largo da Mariquita Salvador

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