Especialistas alertam para risco de combinação de álcool e banho de mar

Curtir o banho de mar na praia é uma das alternativas preferidas dos baianos e turistas que aproveitam o verão na capital. Mas essa é uma escolha que requer cuidados, já que algumas combinações de risco, como consumir bebida alcoólica e nadar podem resultar em afogamento.

De acordo com a Salvamar, vinculada a Secretaria municipal de ordem pública (Semop), este ano, já ocorreram 75 afogamentos. No ano passado, a Salvamar, que atende as praias do Jardim de Alah a Ipitanga, registrou 1.050 ocorrências, com 8 mortes.

Já de acordo com o Grupamento de bombeiros militar (Gmar), responsável pelas praias desde a Suburbana a Amaralina, foram registrados 5 afogamentos em 2019.

O tenente do Gmar Joel Adriano ressalta a extensão do território soteropolitano e a negligência de muitos banhistas. "Temos a segunda maior baía do mundo e as pessoas não têm a cultura preventiva. Acham que podem beber e deixar as crianças à vontade, mas esquecem que o banho de mar é traiçoeiro. Morrem cerca de 18 pessoas afogadas no Brasil diariamente. São 7 mil mortes por ano", pontuou.

O tenente sinaliza que o ideal é tomar banho em praias com salva-vidas e guarda-vidas. "Pergunte a esses profissionais com está o mar e qual local para tomar o banho mais seguro. Às vezes a praia esconde buracos e correntes que puxam o banhista para dentro do mar. Outra medida de segurança é não ingerir bebidas alcoólicas. As pessoas vão para praia, comem e bebem em excesso e vão nadar. Um mal súbito pode acontecer e resultar em afogamento e óbito", sinalizou.

A soteropolitana Tainah Assis, 30 anos, que aproveitou a folga para curtir o sol no Porto da Barra, conta que tem cuidado. "Sempre fiz isso, nunca aconteceu nada. Tomo minha cervejinha, quando esquenta muito dou um mergulho, mas é claro que eu procuro não extrapolar na bebida nem ir muito pra longe", conta.

O consumo da bebida alcoólica também é um fator de risco para quem leva crianças. A médica Kátia Falcão, da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape), faz o alerta.

"É muito importante nunca tirar o olho da criança. A gente tem o péssimo hábito de relaxar muito quando está em praias e clubes, acaba bebendo, conversando com os amigos e, quando vê, a criança já sumiu", disse.

O barman Leandro Sacramento, 35 anos, que foi ao Porto da Barra com a família na última segunda-feira, garante que cumpre as dicas dadas pela pediatra. Conta que não tira o olho dos filhos e que, apesar de beberem pouco, ele e a mulher revezam quem vai beber naquele dia.

"É muito perigoso. Sempre orientamos nossos filhos a brincarem na beira do mar e, mesmo assim, não tiramos o olho. A gente sempre ouve uma história de afogamento, domingo mesmo teve a desse rapaz. Tem que ficar atento", destacou.

A pediatra alerta para as medidas que devem ser tomadas caso o afogamento aconteça. "Tirar a criança o mais rápido possível da água e procurar atendimento médico imediato. Observar se a criança está respirando, colocar ela de lado ou tentar colocar de barriga para baixo, para a água ser eliminada e não ter o risco dela vomitar e se engasgar com o próprio vômito", disse.

*Sob a supervisãoda editora Meire Oliveira