DESDOBRAMENTO
Especialistas da ONU se debruçam sobre caso "Bernadete Pacífico"
PC conclui inquérito que resultou no indiciamento de cinco pessoas envolvidas com a morte da quilombola
Por Adriana Planzo e Leo Moreira

Um grupo de especialistas, enviados pela Organização da Nações Unidas (ONU), desembarca na Bahia no próximo dia 29, para acompanhar os detalhes sobre as investigações do caso Bernadete Pacífico, ialorixá e liderança quilombola, morta a mando de um líder do tráfico de drogas, como aponta inquérito da Policia Civil, na região do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador.
A informação da atuação dos especialistas ligados a ONU, foi confirmada pelo advogado da família, Hédio Silva Júnior, com exclusividade ao Portal A TARDE, nesta sexta-feira, 17. "O crime ganhou uma repercussão, uma escala internacional tal que a ONU, em casos como esses, destaca especialistas que fazem visita ao local, aos familiares, as autoridades, se assenhoram do estágio onde se encontram as investigações… então é o que vai acontecer com a chegada desse grupo de especialistas no dia 29!" descreve Dr. Hédio.
Esta semana, a Polícia Civil da Bahia, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), concluiu o inquérito policial que resultou no indiciamento de cinco pessoas envolvidas com a morte da líder quilombola, ocorrido em agosto deste ano, na associação do Quilombo.
De acordo com as investigações, dois executores, dois mandantes, um partícipe e um sexto envolvido, que guardou as armas utilizadas no crime e que deu apoio na fuga de um dos atiradores, foram identificados como responsáveis pela morte de Mãe Bernadete. Conforme o Ministério Público da Bahia, os envolvidos foram denunciados, por homicídio qualificado por motivo torpe, de forma cruel, com uso de arma de fogo e sem chance de defesa da vítima.
No entanto, logo após o resultado apresentado pela PC, familiares da ialorixá rejeitaram o resultado das investigações e disseram que não acreditam na versão apresentada pela polícia.
Questionado sobre a contratação de peritos particulares para o caso, a defesa da família pontua. "Sim, sim… e não tem nada a ver com a ONU! A contratação é exatamente porque eles queriam acessar a documentação. Nós estamos de posse da documentação, o inquérito estadual, inclusive, teve levantado o sigilo. A partir de agora, nós vamos fazer um trabalho que é alguma coisa minuciosa, que vai requerer muitas horas de dedicação, que é nos debruçarmos sobre tudo que foi feito. A exemplo: o áudio que tem sido veiculado e apresentado pela polícia, como áudio que seria a prova de que um grupo de traficantes, juntamente com quem teria interesses em extração ilegal de madeira, teriam interesses imediato na motivação do crime," conclui. A líder quilombola foi morta com vinte cinco tiros no dia 17 de agosto deste ano.
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