Estudo aponta 11 bairros vulneráveis | A TARDE
Atarde > Bahia > Salvador

Estudo aponta 11 bairros vulneráveis

Publicado sexta-feira, 26 de junho de 2020 às 06:00 h | Autor: Vitor Castro*
O bairro de São Cristóvão é uma das localidades identificadas no levantamento | Foto: Raphael Müller | Ag. A TARDE
O bairro de São Cristóvão é uma das localidades identificadas no levantamento | Foto: Raphael Müller | Ag. A TARDE -

Os 11 bairros de Salvador apontados como os mais vulneráveis, segundo o levantamento da rede Geocombate Covid-19, possuem problemas como falta de saneamento básico, alto índice de desemprego e problemas habitacionais.

Ainda segundo o estudo, os fatores socioeconômicos, ambientais e as doenças preexistentes dos moradores potencializam os efeitos da pandemia nas localidades: Cassange, São Cristóvão, Coutos, Fazenda Coutos, Nova Brasília, Valéria, Paripe, São Tomé de Paripe, Periperi, Nova Constituinte e São Marcos.

Formada por pesquisadores de diversas áreas e desenvolvida pelo Departamento de Engenharia e Transporte da Universidade Federal da Bahia (Ufba), a rede Geocombate Covid-19 já emitiu três notas técnicas durante a pandemia.

Quando comparados com outros bairros como Cabula e Brotas, as localidades identificadas pelo estudo têm menor número de casos, mas as condições socioambiental e econômica colocam os bairros em posição frágil.

Três dimensões foram analisadas. O meio ambiente (disposição do lixo e a presença de esgoto a céu aberto, intermitência do abastecimento de água e a falta de saneamento básico), a socioeconômica (quantidade de trabalhadores informais e de desempregados) e a análise da incidência de comorbidades como a diabetes e a hipertensão.

Principal autor da nota técnica, o pesquisador Juan Moreno Delgado explica que três mapas foram criados. “Fizemos uma média ponderada e percebemos que as regiões com vulnerabilidades sociais, no meio ambiente construído e nos aspectos da saúde são mais vulneráveis ao coronavírus. Quando se sobrepõem os três fatores, algumas áreas terão os três problemas”.

Para o pesquisador, os dados oferecem subsídios para que Estado e Município se antecipem aos impactos. “Desta forma haverá um fortalecimento para que o local sinta um impacto menor quando chegar a doença com maior intensidade. É preciso fornecer serviços públicos, infraestrutura urbana e qualidade de vida”.

Questionada sobre ações de combate nos bairros citados, a Prefeitura de Salvador municipal não respondeu até o fechamento desta edição. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que monitora todos os bairros e realiza testagem rápida nos que estão com medidas restritivas.

*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira

Publicações relacionadas