SALVADOR
Facção Bonde da Gamboa cria cemitério clandestino em Salvador
Por Euzeni Daltro | [email protected]
Policiais da 13ª DT (Cajazeiras) descobriram um cemitério clandestino da facção criminosa Bonde da Gamboa (BDG) – uma ramificação do Bonde do Maluco (BDM) – na Fazenda Grande III, em Salvador, nesta quarta-feira, 3.
Em um trecho de mata fechada na localidade de Vila Vitório, os investigadores encontraram o corpo de um homem ainda não identificado e uma ossada humana enterrados em covas rasas de aproximadamente 40 cm de profundidade. Havia outras duas covas rasas vazias no local.
Há indícios de que os corpos sejam do vendedor ambulante Daniel de Oliveira Carneiro, 20 anos, desaparecido desde 23 de dezembro, e de um homem conhecido como Rasta, que sumiu após ser levado por um grupo de traficantes há quatro meses, aproximadamente.
“Os traficantes acharam que Daniel era olheiro de outra facção e veio para essa localidade ver o movimento [do tráfico de drogas] deles”, afirmou Washington Costa, coordenador de investigação da 13ª DT.
Daniel vendia doces e picolé na localidade e, em determinado momento, atendeu uma ligação ao celular, o que chamou a atenção dos traficantes. A polícia recebeu informações de que ele foi levado após atender essa ligação.
De acordo com Costa, a outra facção é o Bonde do Zeca (BDZ), outra ramificação do BDM que atua em Jaguaripe I, naquela região. “Os dois grupos são ligados ao BDM, mas estão brigando pela liderança da área”, completou.
Três horas de buscas
O corpo e a ossada foram encontrados após três horas de buscas pela mata. Além de investigadores da 13ª DT, equipes do 10º Grupamento de Bombeiro Militar (GBM/ Camaçari), do Departamento de Homicídios (DHPP) e do Departamento de Polícia Técnica (DPT), atuaram nas buscas. “Possivelmente, o corpo e a ossada são dessas duas vítimas que estão desaparecidas [Daniel e Rasta]”, afirmou a delegada Marilene Lima, do DHPP.
“A linha de investigação aponta para o tráfico de drogas”, completou a delegada, referindo-se à motivação e autoria dos assassinatos. O Bonde da Gamboa é originário da Gamboa, no 2 de Julho, e foi levado para Fazenda Grande III por José Marques dos Santos Rocha, o Gago, que está preso, segundo a polícia.
As investigações revelam ainda a existência de uma terceira vítima do BDG, um homem identificado como João Pedro. Ele foi morto e enterrado naquela localidade, em setembro de 2017.
Todos são inimigos
As investigações foram iniciadas após o desaparecimento de Rasta. Ele não era morador da localidade e estava alí apenas para limpar o terreno no entorno de um barraco de sua propriedade. Quando trabalhava no terreno, Rasta foi levado por cerca de quatro traficantes.
A esposa dele ainda tentou impedir, mas foi ameaçada de morte pelos suspeitos. “A motivação é sempre essa, eles acham que o cara é olheiro de outra facção, pegam, levam para o mato e somem com o cara. As testemunhas relataram que os crime foram praticados por um grupo de quatro ou cinco traficantes”, afirmou Costa.
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