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SALVADOR

Familiares se despedem e pedem justiça no enterro do pai de Lucas Terra

Por Da Redação, com informações de Pollyana Moraes

22/02/2019 - 18:25 h | Atualizada em 21/01/2021 - 0:00
Carlos Terra, segundo a sua esposa, Marion, já vinha tendo a saúde fragilizada depois de tanto tempo pedindo por justiça no caso do filho, ocorrido em 2001.
Carlos Terra, segundo a sua esposa, Marion, já vinha tendo a saúde fragilizada depois de tanto tempo pedindo por justiça no caso do filho, ocorrido em 2001. -

O corpo de José Carlos Terra, pai do adolescente Lucas Vargas Terra, estuprado e assassinado em 2001, foi sepultado no cemitério Bosque da Paz, no bairro de Nova Brasília, em Salvador, nesta sexta-feira, 22.

Ele morreu na quinta, 21, 18 anos após a morte do filho, cujo caso não foi encerrado. Carlos Terra, que estava internado no Hospital Ernesto Simões, situado no Pau Miúdo, com quadro de insuficiência renal, foi enterrado ao lado de Lucas Terra.

A esposa de José e mãe de Lucas, Marion Terra, disse "ter sido tudo de repente” e que o companheiro estava fragilizado depois de tanto tempo clamando por justiça. "Conseguiram calar a voz do Carlos, mas eles se esquecem que eu ainda estou aqui. Minha voz ninguém vai calar", concluiu.

Júri popular

Ainda não houve o júri popular do caso de Lucas Terra, apesar da forte campanha feita pelo seu pai desde a sua morte. Em nota, o Ministério Público diz que o recurso da parte ré não foi admitido, mas há agravo interno que aguarda a decisão do colegiado com data prevista para o próximo dia 15.

O caso

O adolescente Lucas Terra, de 14 anos, foi estuprado e morto em um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, no Rio Vermelho, em março de 2011. A vítima foi queimada viva e o corpo foi localizado em um terreno baldio na avenida Vasco da Gama. À época, José Carlos Terra alegou que o filho havia flagrado os pastores Joel e Fernando mantendo relações sexuais, o que teria motivado o crime.

Após o assassinato de Lucas, José Carlos iniciou uma luta para prender os responsáveis pelo crime. Conforme denúncia do MP-BA, o bispo Fernando Aparecido da Silva e o pastor Joel Miranda, da Igreja Universal do Reino de Deus, além do pastor Sílvio Roberto Santos Galiza, tiveram participação na morte do adolescente. Apenas Galiza (que em 2006 delatou os outros dois acusados) foi julgado e condenado pelo crime.

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