SALVADOR
Filho de Mãe Bernadete discorda de resultado de inquérito
Linha apontada de que crime teria ocorrido a mando do tráfico não contempla família da ialorixá
Por Leo Moreira
Filho da ialorixá Mãe Bernadete, morta em agosto deste ano, Jurandir Wellington Pacífico discordou da conclusão do inquérito que culminou no indiciamento de seis pessoas envolvidas no assassinato da líder quilombola.
Segundo ele, os suspeitos denunciados ao Ministério Público, que integram o tráfico de drogas da região, não teriam motivação própria para o crime e teriam sido "pagos para executar Mãe Bernadete".
"O modus operandi condena isso. Os rapazes entraram aqui, colocaram meus dois sobrinhos dentro do quarto e executaram apenas minha mãe. Isso não tem nenhuma característica de tráfico de drogas. O cara foi pago para executar Mãe Bernadete. Isso merece uma investigação mais apurada e a família crê que o crime foi de mando e que o tráfico só fez o que foi pago para fazer", declarou ao Portal A TARDE na manhã desta sexta-feira, 17.
Entre os indiciados, está Sérgio Ferreira de Jesus. Morador da localidade e envolvido com extração ilegal de madeira, ele seria uma das pessoas "prejudicadas" pelas ações de Mãe Bernadete e, por isso, teria articulado a morte da líder quilombola.
As investigações apontam que ele orientou e instigou o líder do tráfico na região, Sydney Carlos dos Santos, vulgo 'Café', a ordenar a execução.
Antes de falar com a imprensa, a família de Mãe Bernadete realizou um ritual em homenagem à Ialorixá com toques de atabaque e músicas de origem africana. A cerimônia aconteceu no mesmo local onde a líder quilombola foi morta com 24 tiros.
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