SALVADOR
Flores inspiram os nomes de 300 mil brasileiros
Por Luana Almeida

No final da tarde desta sexta-feira, 22, mais precisamente às 17h02 – horário de Brasília –, a primavera chega ao hemisfério sul. A estação é sinônimo de clima ameno e de dias mais longos. É nesta época do ano que diversas espécies de planta começam a florescer e colorir as cidades.
Os nomes das flores enfeitam, ainda, o registro civil de, pelo menos, 300 mil pessoas em todo o Brasil, segundo dados da pesquisa Nomes no Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que reúne dados sobre nomes próprios baseados no último censo, realizado em 2010. Para muitas Rosas, Violetas, Jasmins, Acácias e tantos outros, carregar o nome de flor é mais do que uma mera informação na identidade, é motivo de orgulho. E é por isso que, para as três “flores colhidas” por A TARDE, a primavera tem significado especial.
17h02
Flor de homenagem
A paixão da tatuadora Gabriela Droguett pelas flores está marcada na pele desde a adolescência, quando fez as primeiras tatuagens. Quando soube que estava grávida de uma menina, não hesitou: batizaria a filha com nome de flor. Mais do que um desejo, a escolha do nome tornou-se homenagem à avó materna, Violeta. Hoje, a pequena Violeta utiliza a delicadeza nata, própria dos consagrados com o símbolo da primavera, de forma peculiar: “Ela a usa para pegar as coisas, os dedos são feito pinça”, brincou a mãe.

Lucimar ganhou o apelido de "Flor de ferro" (Foto: Arquivo Pessoal)
Flor de resistência
Quando a mãe de Lucimar Freitas, 45, chegou da maternidade, em 22 de setembro de 1972, a casa da família estava repleta de flores, presente dos vizinhos para a mais nova mãe do bairro. A quantidade foi tamanha que a recém-nascida ganhou o apelido de “Flor”. Com 17 anos, a jovem, que já demonstrava o desejo de trabalhar na construção civil, realizou o sonho de ser soldadora e, em pouco tempo, foi contratada para trabalhar em grandes obras. Em 2013, viveu o auge: foi a primeira mulher a trabalhar como operária na construção da Arena Fonte Nova. A força e a determinação da funcionária conferiram a ela mais um apelido: “Flor de ferro”. “Eu trabalhava com determinação e força, como qualquer obra exige. Porém a máquina de soldar deve ser manuseada como um pincel sobre um quadro, trabalho que necessita de delicadeza, e eu o fazia com maestria”. Hoje, Flor está afastada do trabalho por causa de um problema de saúde, mas nem assim perde a alegria: “Enfrentei obstáculos da vida e permaneci firme, como uma flor que nasce em meio ao deserto”.
Flor de realização
Joelma de Jesus, 35, nem pensava em ser mãe mas já tinha em mente o nome da filha, para quando ela chegasse: Jasmym. Ela veio, há quatro anos, e recebeu da mãe o nome da flor que exala seu perfume predileto. A Jasmym, que saiu dos sonhos de Joelma e virou realidade, é, hoje, exatamente como a mãe coruja sempre desejou: graciosa, amorosa, esperta e inteligente: “Minha filha é um presente, um buquê de flores”.
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