SALVADOR
Folhas de árvore em terreno causam briga entre vizinhos
Por Adriane Primo
"São anos de briga", é o que afirma a aposentada Terezinha de Jesus, 84. Ela e a família do eletromecânico Carlos Barreto, 60, enfrentam desentendimentos remotos por conta de uma árvore.
Moradora da rua 19 de Setembro, em Amaralina, Terezinha reclama da "falta de cuidados" do vizinho com o tamarindeiro e preocupa-se com possíveis acidentes, já que é idosa e mora com um filho deficiente.
"As folhas caem todas na minha área. Além do trabalho de varrer o tempo todo, ainda corro o risco de escorregar. Mas o problema maior é que a árvore é antiga e eu tenho medo que possa cair e aconteça uma tragédia", disse.
Ainda segundo Terezinha, Carlos, que é o atual proprietário do imóvel, recusa a tarefa de podar os galhos que invadem sua área. "Paguei R$ 70 para cortar da última vez. Agora já querem me cobrar R$ 150. Não sou eu que tenho que pagar por isso. É ele", diz.
Carlos argumenta que sempre permite que a vizinha corte os galhos. "Querem mandar no espaço alheio. Isso não dá. Sempre autorizo que ela corte a árvore, o que quer mais?", questiona.
Segundo a Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom), a responsabilidade de podar ou erradicar árvores em áreas privadas é do proprietário do imóvel onde está plantada a árvore. Mas, para isso, é necessário autorização da secretaria.
Responsabilidade
Ainda segundo o órgão, somente em alguns casos a poda e a supressão são permitidas. Por exemplo, quando há risco de acidentes físico e material ou vinculado ao licenciamento ambiental ou construção civil. Mesmo assim, é preciso que haja uma compensação ambiental.
Para André Fraga, dirigente da Secretaria Cidade Sustentável, a população precisa enxergar o lado positivo de morar em um lugar com árvores. "Para além da questão estética, um lugar arborizado ameniza a poluição atmosférica e permite qualidade de vida", diz.
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