Funcionários dos Correios acabam greve

Os carteiros decidiram retornar às suas atividades nesta sexta, suspendendo a paralisação iniciada na última quarta-feira, após impasse nas rodadas de negociação. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos no Estado da Bahia (Sincotelba), Simone Soares, disse que na assembleia realizada na quinta, 17, à noite, os trabalhadores decidiram aceitar a proposta patronal de reajuste salarial de 9% e pagamento linear de R$ 100 que será concretizado em janeiro de 2010.

Dos 5.100 funcionários da Empresa, na Bahia, cerca de 3.200 aderiram ao movimento. Apenas no Centro de Distribuição, no bairro do Comércio, cerca de 54 mil correspondências acabaram deixando de ser entregues durante o período que durou a paralisação da categoria.

O retorno dos serviços alegra a população e também gente como Clarindo de Freitas Santos, que consegue o seu sustento vendendo envelopes bem em frente à agência dos Correios da Praça da Inglaterra, no Comércio.

Ele, que acorda cedo para organizar os produtos nas escadas de acesso à agência, não vinha tendo grande sucesso nas vendas desde a última quarta-feira, dia em que os funcionários das agências dos Correios de todo o País deflagraram greve.

"Quando está parado, a gente não vende nada. O povo não vem, com medo de encontrar tudo fechado", disse o ambulante ontem pela manhã, antes da decisão de suspensão da greve. O pequeno comerciante trabalha no mesmo local há 30 anos.

Ajuste - Ainda durante a manhã de ontem, antes da assembleia que levou à suspensão da greve, Simone Soares, presidente do sindicato, dizia que a proposta que estava sendo oferecida pelos patrões devia ser muito bem analisada pela categoria dos trabalhadores dos Correios.

"Vamos avaliar com frieza a proposta para poder decidir o que a gente realmente deseja dessa greve. Temos de medir os prós e os contras e votar", argumentava a líder sindical da categoria.

Mas a verdade é que durante todo o dia de ontem a indicação era que a categoria iria aceitar a proposta patronal, voltando às suas atividades.

Dos 35 sindicatos da categoria, 33 estavam aderindo à greve. Estavam parados até ontem os setores de expedição e tratamento, que incluem funcionários como carteiros, funcionários da coleta, triagem e transbordo.

Além do aumento salarial, os funcionários reivindicam também melhores condições de trabalho. Novas discussões acerca desse tema em especial ficaram de ser marcadas para um momento posterior.

A partir desta sexta, com os serviços voltando à sua normalidade, a enorme quantidade de cartas e encomendas acumulada irá começar a ser novamente distribuída.