Gripário no Pau Miúdo tem fluxo intenso no primeiro dia de reabertura
Unidade havia sido desativada em março deste ano e é dedicada ao atendimento de síndromes gripais
Com dez leitos de enfermaria, dois de sala vermelha (para internação de pessoas com maior gravidade,) e funcionando 24 horas, a unidade dedicada ao atendimento de síndromes gripais do bairro do Pau Miúdo - na área anexa ao Centro de Saúde Maria Conceição Imbassahy - foi reaberto pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), ontem, com intensa procura.
De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), Salvador está com 2.341 casos ativos de infecção por Sars-Cov-19.
Decisão ocorreu após o aumento da demanda em unidades de saúde de pessoas com sintomas. Entre os pacientes estava a operadora de caixa Sandy Vitória, em seu oitavo mês de gestação, com a garganta doendo, tosse e coriza.
“Vim aqui atrás do teste rápido, porque os sintomas parecem de gripe, mas nunca se sabe e todo cuidado é pouco. O bom é que, apesar do posto estar um pouco cheio, a triagem e a passagem pelo médico até chegar a parte do teste foi bem rápido”, afirma.
E quem também aprovou a organização do gripário foi a estudante de odontologia Maria Clara Chamusca, que foi ao posto com a mãe após suspeitar que estavam com Covid-19.
“Achei ótimo eles terem voltado com essa unidade aqui. Tudo está super organizado e o atendimento está bem rápido. Minha mãe testou positivo logo que fez o primeiro teste, o meu deu negativo. Então eles vão me testar outra vez, só para ter certeza”, contou.
O gripário do Pau Miúdo havia sido desativado em março deste ano, por causa da queda do número de casos na capital baiana.
O coordenador de urgência e emergência da SMS, Ivan Paiva, disse que essa decisão de reabrir a unidade veio a partir da análise do monitoramento feito pelo Centro de Operações Estratégicas da SMS, que observou o aumento de casos positivos.
“Estamos sempre monitorando esses dados, e o número de testes positivos cresceram muito no último mês. Vimos a demanda por testes se tornar muito maior, assim como o percentual de casos positivos. Com isso, o número de pessoas procurando atendimento cresceu, principalmente na UPA dos Barris. Isso aconteceu logo após os festejos de São João, é um cenário que não existia em maio, por exemplo”, explica Ivan Paiva.
Farmácias
E essas ‘ondas de infecção’ após períodos festivos têm sido percebidas também nas farmácias que realizam testes de covid.
A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) registrou, nos primeiros dias de julho, 35% de resultados positivos no Brasil, o maior percentual de pessoas infectadas no país registrado por eles desde a primeira semana de fevereiro, quando a variante ômicron lotou as unidades de saúde no país. E os números da Bahia não são melhores.
Em janeiro de 2022 (logo após as festas de fim de ano) o número de testes rápidos de farmácia que deram positivo na Bahia chegou a 49,2%, mas seguiu caindo nos meses seguintes, até as festas juninas darem o ar da graça. Em maio, apenas 10,3% dos testes deram positivo, e esse número subiu para 40,4% em junho.
Com esse aumento do número de casos, o questionamento quanto a futura volta do uso obrigatório de máscara - seja em lugar aberto ou fechado -, já tem surgido.
O coordenador de urgência e emergência da SMS, Ivan Paiva, explica que para que o equipamento volte a ser obrigatório, muitos dados precisam ser levados em consideração, como a gravidade dos sintomas e claro, o crescimento do número de casos, mas isso é algo que apenas a prefeitura e o estado podem decidir.
“Talvez alguma medida de segurança possa voltar a ser adotada, mas a verdade é que, apesar do crescente número de casos positivos, eles não estão gerando um aumento significativo de internamento ou óbitos. A maioria das pessoas que estão testando positivo estão com sintomas leves e o quadro de saúde delas permitem que muitas consigam se cuidar em casa”, explica.
Por meio de nota, a Prefeitura de Salvador informou que as medidas de flexibilização do uso da máscara na capital baiana prosseguem na cidade e que está atenta ao cenário da Covid-19 para adoção de medidas complementares, caso seja necessário.
Já a Sesab salientou que monitora diversos indicadores em relação à Covid-19 - como número de novos casos, total de casos ativos e taxa de ocupação - e, até este momento, não há indicação de retomada obrigatório do uso de máscaras.
Caso haja mudança no cenário, a Sesab pode retomar a medida, mas o órgão reforçou, por meio de nota, que “os municípios têm autonomia para definir medidas mais restritivas em seu território, mas continuamos incentivando os municípios no sentido de ampliar a vacinação e buscar aqueles que estão em atraso”.