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111 ANOS DO A TARDE

Helô Sampaio: 33 anos de A TARDE dedicados ao maior do Norte-Nordeste

Jornalista conta sobre os desafios de fazer jornalismo em mais de três décadas do centenário baiano

Por Bernardo Rego e João Guerra

15/10/2023 - 7:00 h
Helô Pinheiro ao lado de uma linotipo na sede do Grupo A TARDE
Helô Pinheiro ao lado de uma linotipo na sede do Grupo A TARDE -

O primeiro dia útil de 1972, 3 de janeiro, uma segunda-feira, trazia na capa do A TARDE da data a manchete destacando a "onda de violência" que assolou a capital baiana no primeiro fim de semana no ano. “Ano começa mal com 2 crimes um incêndio e 5 mortes”. A chamada principal focada em notícias policiais era bem comum nos diários do período, coisa que mudaria partir dos anos seguintes não só no A TARDE, mas em outros “jornalões” pelo país a fora.

Capa da edição do dia 03 de janeiro de 1972
Capa da edição do dia 03 de janeiro de 1972 | Foto: Arquivo | CEDO A TARDE

Nesse mesmo ano, cerca de seis meses depois, nos primeiros dias do mês de julho, uma jovem de 24 anos, entrou no edifício imponente localizado no número 5 da Praça Castro Alves, no Centro de Salvador. Lá foi onde funcionou entre os anos de 1930 e 1975 a sede do jornal A TARDE. Na ocasião, Heloísa Sampaio, a tal da jovem, cursava o terceiro ano da Escola de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Antes mesmo de se formar como jornalista, ela começou a atuar como diagramadora do diário, que neste domingo, 15, completa 111 anos desde a sua fundação, atuar no A TARDE foi o trabalho de Helô Sampaio pelos próximos 33 anos.

“Cheguei ainda como estagiária. Fiquei encantada. Uma coisa é estudar, outra, é fazer na prática. O pessoal gostou muito de mim também, porque eu sempre fui uma pessoa muito dada, muito alegre”, conta Helô à reportagem.

“O jornal faz parte da minha vida. Eu amo o jornal A TARDE. Quando estávamos na Praça Castro Alves, o departamento de fotografia ficava lá no terraço e eu subia sempre lá. Primeiro, porque sempre fui ligada à parte redacional e gráfica e então gostava de acompanhar as fotos, e depois por causa da vista maravilhosa”, lembra a jornalista.

Ela diz que recorda também da boemia no Centro da capital baiana, quando ela e os colegas fechavam a edição no sábado e iam explorar os bares da região. “A gente ia ali para a Barroquinha e circulava o Centro todo, saia todo mundo junto, os editores e os repórteres para se divertir”.

A “Gorda”, como era carinhosamente conhecida pelos colegas, fez a história a história do centenário baiano, bem como marcou a sua trajetória profissional pelo veículo. Um ano após a sua entrada no jornal, recém-formada jornalista, ela passou a ser repórter policial. O que a tornou a primeira mulher a escrever nesse setor dentro o A TARDE.

“Telefonaram para a redação por volta das 23 horas que haviam assassinado um homem na ladeira do Cine Pax. Heloísa foi destacada para ir no local fazer a cobertura do assassinato. Lá chegando com uma pilha elétrica nas mãos começou a iluminar o assassino para colher todos os detalhes para a feitura da matéria ou sejam: a roupa que vestia, se tinha sido assassinado com arma de fogo ou faca, etc. A partir daquele dia passou a trabalhar no setor policial, sendo a primeira mulher a trabalhar nesse setor em A TARDE”, descreve documento localizado no Cedoc do Grupo A TARDE.

“Eu fui editora gráfica, mas também fazia matéria. Eu vivia aquilo ali. Acompanhava o jornal todo, me metia em tudo porque eu queria tudo bom no maior jornal do Norte e Nordeste e tudo tinha que ficar tudo bom”, rememora a jornalista.

Na passagem para a nova sede em 1975 onde o Grupo A TARDE está até a atualidade, a jornalista lembra dos primeiros tempos de fazer o jornal em um novo lugar, no bairro Caminho das Árvores.

Helô Sampaio ( de camiseta preta, em pé, ao centro) atuou como repórter, editora, diagramadora e colunista em A TARDE
Helô Sampaio ( de camiseta preta, em pé, ao centro) atuou como repórter, editora, diagramadora e colunista em A TARDE | Foto: Arquivo | Cedoc A TARDE

“Eu cuidava dos suplementos então minha equipe acabou sendo a primeira a ir para o Caminho das Árvores. Quando teve a primeira linotipo na nova sede, eu e minha equipe fomos os primeiros a alimentar essa linotipo”, conta.

Quem vê o bairro do Caminho das Árvores com os seus prédios enormes, tráfego intenso de veículos e centros comerciais cheio de gente, tem dificuldade de imaginar como era a o estado do local há quase 50 anos atrás.

“Quando mudou para o Caminho das Árvores. Isso era o fim do mundo. Me lembro que quando adiantava as coisas, ficava apreciando a construção do prédio onde hoje funciona a Casa do Comércio e tomando uma cerveja nas barraquinhas da região enquanto esperava para comer um feijão, porque ali não tinha nada. O Iguatemi tinha acabado de ser inaugurado e só. Mas foi uma época muito especial, apesar da dificuldade de acesso para os colegas que usavam ônibus”, descreve Helô.

Coluna "Comes & Bebes" escrita por Helô Sampaio, na edição do dia 15 de setembro de 1991 no A TARDE
Coluna "Comes & Bebes" escrita por Helô Sampaio, na edição do dia 15 de setembro de 1991 no A TARDE | Foto: Arquivo | Cedoc A TARDE

Ao longo dos seus 33 anos em A TARDE onde foi repórter, editora, diagramadora e colunista, a jornalista ainda se dividiu entre a vida de docente do curso de Jornalismo da Ufba, bem como a de dirigente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (SinjorBA).

“Não me arrependo de nada”, aponta Helô, com a convicção de quem ajudou a moldar o jornalismo baiano.

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