SALVADOR
Hospital das Clínicas realiza mutirão de mamoplastia

Por Paula Pitta, do A TARDE On Line
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A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional Bahia (SBCP-BA) irá realizar 10 cirurgias de mamoplastia (plástica nas mamas) em mulheres baianas que apresentem complicações de saúde provenientes da gigantomastia (crescimento exagerado dos seios). Nesta segunda-feira, dia 26, 215 mulheres se cadastraram para concorrer a uma vaga. Elas vão passar por triagem na quarta-feira, 28, e as dez selecionadas serão operadas, sem custo, no próximo dia 14 de junho, no Hospital das Clínicas.
A triagem levará em consideração as pacientes que têm os casos mais graves, que sofrem a mais tempo com mamas gigantes e que não tenham condições financeiras de arcar com uma cirurgia, que custaria, em média, R$ 5 mil, de acordo com o médico Valber Meneses, chefe do setor de cirurgia plástica do Hospital.
Para participar do programa também é necessário estar com o peso ideal para a altura (IMC - Índice de Massa Corporal), não ter problemas cardíacos e estar com a pressão e açúcar controlados. A cirurgia, chamada de Mamoplostia Redutora Não Estética, dura cerca de 4 horas e o pós-operatório demora 30 dias. Nesse período, a paciente não pode dirigir, pegar peso, levantar os braços e tem que ter uma dieta específica. "Depois disso é vida normal", afirma Valber.
QUESTÃO DE SAÚDE - Só serão operadas mulheres que sofrem com gigantomastia e em que a cirurgia seja uma questão de saúde e não de estética. "Não tem como especificar um tamanho, mas são mamas bem volumosas, em que as mulheres usam sutiã acima de 48 ou nem encontram um tamanho para usar. Há casos em que o mamilo fica na altura do umbigo ou que quando a mulher senta, encosta na perna", diz Geza Urmenyi, secretário-geral da SBCP-BA. Outro sinal de que a mama já é considerada gigante é a marca do sutiã no ombro, lembra Valber.
Além dos danos à saúde, o problema também pode causar traumas psicológicos, como é o caso da adolescente Licia Pereira, 15. Ela veio de Ilhéus para participar do mutirão. "Eu quero fazer porque o médico disse que pode prejudicar minha coluna, já sinto dor nas costas e ombros. Além disso, tenho vergonha, porque é muito grande".
DIFICULDADES - A gigantomastia não tem causa definida, explica o médico Geza Urmenyi, e pode afetar todas as mulheres, mas é mais comum na fase adulta. A adolescente Licia foge a regra. Ela disse que passou por avaliação médica e que foi indicada a cirurgia, já que as mamas estão desproporcionais à sua idade.
O principal problema da gigantomastia são as dores na coluna e postura. "As mulheres afetadas sentem dificuldade para andar, às vezes não conseguem correr ou ficar muito tempo de pé, ou ainda se exercitar", explica Valber Meneses.
Além dos danos cervicais, a gigantomastia causa distúrbios psicológicos. "A mulher pode ter baixa-estima, ficar com vergonha, porque o tamanho da mama chama a atenção, as pessoas olham e ela pode ter dificuldade de relacionamento", alerta o especialista.
Não existem estatísticas oficiais no Estado sobre a ocorrência da doença, mas de acordo com Geza Urmenyi, apenas em Salvador existem 400 mulheres com esse diagnóstico cadastradas na Secretaria Estadual de Saúde (Sesab).
SERVIÇO:
Hospital das Clínicas
Canela
Atendimento toda segunda-feira no ambulatório
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional Bahia
Telefone: (71) 3332-6920
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