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Hospital das Clínicas realiza primeiro mutirão de redução de mama

Publicado sexta-feira, 19 de dezembro de 2008 às 17:41 h | Autor: Paula Pitta, do A TARDE On Line

Mais do que uma questão estética, o volume excessivo das mamas é tratado pela comunidade médica como um problema de saúde que pode provocar lesões ortopédicas nas mulheres que apresentam a chamada hipertrofia mamária. O peso dos órgãos pode causar dor na coluna, dificuldade em se exercitar e dores nos ombros. Em casos mais graves, a situação só pode ser corrigida por meio de cirurgia para retirada do excesso de tecido. É com esse objetivo que o Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia realiza neste sábado, 20, o primeiro mutirão de cirurgia plástica para redução de mamas.



Nesta primeira etapa, 10 mulheres serão submetidas ao procedimento de forma gratuita. Cinco cirurgiões plásticos vão participar do mutirão, que será coordenado pelo médico José Valber Meneses, chefe do setor de cirurgia plástica do Hospital das Clínicas. As operações vão acontecer durante todo o dia e cada intervenção deve demorar cerca de 3 horas. A intenção da equipe é repetir o mutirão todos os meses para atender à demanda de 240 mulheres que aguardam pelo procedimento. Em clinicas particulares, esse tipo de cirurgia custa entre R$6 mil e R$ 7 mil.



Meneses explica que além dos problemas físicos, a hipertrofia mamária pode prejudicar a auto-estima da mulher, que se sente desconfortável com o próprio corpo. Esse era o caso da estudante Laiana Aguiar, 23 anos, que desde a adolescência sofria com a mama volumosa. Há um mês a jovem fez a cirurgia redutora.  “Eu não me sentia bem, não era qualquer roupa que vestia e ainda sentia dor na coluna. Não podia ficar muito tempo em pé, que incomodava”, conta a jovem, que abandonou o sutiã tamanho 46.



Gigantomastia – De acordo com o médico Geza Urmenyi, secretário-geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Bahia (SBCP-BA), as mulheres que usam sutiã tamanho 44 e 46 já podem sentir os efeitos do peso excessivo das mamas, mas os casos mais graves acontecem quando os órgãos chegam ao tamanho 48. Nesse caso, o quadro clínico já é definido como gigantomastia e os problemas ortopédicos são ainda mais evidentes. “Entre as pacientes, há casos de mamas bem volumosas, em que o mamilo pode chegar à altura do umbigo ou que quando a mulher senta, encosta na perna. Em alguns casos, há afundamento da clavícula e o ombro fica marcado pelo sutiã devido ao peso da mama”, explica o médico.



Não há causas definidas para a doença, de acordo com o especialista, mas a hipertrofia mamária é mais freqüente na fase adulta.  “Há casos que acontecem no período de puberdade da menina, em que a mama desenvolve além do normal, mas não são comuns”, explica Dr. Geza Urmenyi.



Esse foi o caso de Laiana, que começou a sofrer com o problema a partir dos 12 anos. “Meus seios cresceram de repente, depois diminuíram um pouco, mas continuaram volumosos e incômodos”, diz.



Mutirão – Para esta primeira etapa do mutirão, as pacientes foram selecionadas de acordo com o tamanho de suas mamas e condições de saúde. “A mulher precisa estar com o peso adequado para sua altura, não ter problemas cardíacos, hipertensão ou açúcar alto”, explica o especialista. Toda segunda-feira, pela manhã, há cadastro de novos pacientes no Ambulatório Magalhães Neto, que fica no bairro do Canela.



Não há estatísticas de quantas mulheres sofrem com o problema e precisariam ser submetidas à operação na Bahia ou quantas operações são realizadas no Estado, mas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a operação na mama é o segundo tipo mais realizado no Brasil, atrás apenas da lipoaspiração. Os dados mais recentes da entidade são de 2004 e apontam a realização de 58.879 mil operações de redução de mama em todo o País.



SERVIÇO:

Cadastro de novas pacientes

Ambulatório Magalhães Neto - Rua Padre Feijó, Canela. Toda segunda-feira, pela manhã;

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