Hospital Roberto Santos ganha 43 leitos infantis

O Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), no Cabula, em Salvador, ganhou um reforço de 43 leitos - 20 de UTI neonatal e 23 de semi-intensiva pediátrica -, inaugurados formalmente, nesta quarta-feira, 13, pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). O total do investimento foi de R$ 2,3 milhões.

As unidades de semi-intensiva pediátrica já funcionam desde junho do ano passado, segundo a Sesab, mas só nesta quarta foram inauguradas, durante cerimônia no auditório do hospital e com a presença do secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas.

Os 20 leitos de UTI neonatal (para bebês com até 28 dias de nascido) são 12 unidades já existentes com mais outras 8 que foram criadas. "Já existem, no serviço de neonatologia, 12 ativos. Com eles, está sendo inaugurado o espaço físico para ampliar para 20 leitos", explicou a coordenadora do setor, Dira Lúcia Ribeiro.

Segundo a Sesab, a UTI neonatal no HGRS é referência para o estado e conta com um grupo de cirurgia pediátrica 24 horas, além de exames de imagem como ultrassom e ecocardiografia.

"O Roberto Santos é um hospital de grande porte referência de várias áreas dentro da neonatologia, como cirurgia pediátrica, neurologia e muitas outras", acrescentou a coordenadora. Ela disse que os leitos são para atender bebês em situação de alto risco, que nascem prematuros e com patologias cirúrgicas.

A médica ressaltou que as vagas que havia na unidade nem sempre eram disponibilizadas para bebês que não nasceram no Roberto Santos por conta da quantidade insuficiente. "Esses leitos são favoráveis para a gente receber crianças não nascidas aqui", frisou.

Intervenções

Ainda segundo a Sesab, a obra contemplou revisão e ampliação de toda a rede de gases medicinais, e da rede elétrica; substituição de todo o forro de PVC por acústico, para absorção de ruídos; substituição de todo o piso por manta vinílica, que absorve choque mecânico, atrito (abrasão) e corrosão, entre outros.

"Esse é um grande reforço e um avanço na assistência hospitalar à rede materno-infantil da Bahia. O estado ainda tem números de mortalidade materna e neonatal acima do desejado e o investimento do governador nessa área para reduzir os indicadores tem sido volumoso", destacou o secretário Fábio Vilas-Boas.

Ele ressaltou, ainda, que a inauguração "vem num momento crítico que o Brasil está vivendo" com relação à zika, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e que tem interferido na gravidez de diversas mulheres, fazendo com que o bebê possa nascer com microcefalia.

No entanto, segundo a coordenadora Dira Ribeiro, os casos de bebês com microcefalia geralmente não precisam da UTI, a não ser quando apresentam outra patologia. Eles são tratados nas de semi-intensiva.

Durante a inauguração, o secretário contou que o HGRS contará, num prazo de até nove meses, com um centro que abrangerá serviços de verificação de óbito (SVO) e de anatomia patológica. O primeiro é para verificar casos de mortes não traumáticas que, geralmente, são encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML). Já o segundo servirá, por exemplo, para fazer biópsias.

"Isso vai turbinar o ensino da medicina na Bahia. Este hospital vai ser transformado num verdadeiro hospital das clínicas", disse o diretor do HGRS, Antônio Raimundo de Almeida. A previsão é que a implantação da central custe R$ 1 milhão.