SETE DE SETEMBRO
"Independência se constroi na busca por direitos", diz Alice Portugal
Deputada também cobra respostas para o assassinato da líder quilombola, Mãe Bernardete
Por Alan Rodrigues e Osvaldo Barreto
A deputada federal Alice Portugal (PC do B) se juntou ao gritos dos excluídos no desfile da independência. A manifestação, que ocorre desde 1995, levou para a avenida uma provocação. Com o tema "você tem fome de que?", o ato organizado por movimentos sociais chamou a atenção para a necessidade de políticas de inclusão.
"O primeiro grande grito é que independência se constrói no dia a dia com a busca por direitos, políticas públicas que diminuam a exclusão", disse a deputada, lembrando que o grito nasceu de uma iniciativa das comunidades eclesiais de base e se expandiu para o movimento social brasileiro.
Alice destaca o 7 de setembro pela sua importância de "nos libertar da condição de colônia", mas fez questão de ressaltar o Dois de Julho como afirmação de um povo independente, e chamou a atenção para a defesa da democracia e das conquistas populares.
"O Brasil viveu nesses anos pós-indendência um movimento pendular entre democracias e ditaduras e após anos de direitos tivemos um golpe parlamentar contra Dilma que levou o país a decrescer seus índices sociais. Fome, desemprego, informalidade, dificuldade no caixa da previdência, com reformas que dificultam direito à aposentadoria. Para se tornar independente o Brasil tem que dizer qual é a fome do povo, além de comida, arte, direitos, cultura e afirmação democrática".
Mãe Bernardete
Alice Portugal também cobrou mais agilidade na apuração do assassinato de mãe Bernardete, "uma mulher negra, líder religiosa e quilombola, morta com 12 tiros no rosto, queremos respostas", afirmou a parlamentar. Alice lembrou a declaração da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.
"Ela foi muito clara, o estado brasileiro falhou, porque a medida protetiva foi insuficiente e tem que se descobrir as reais razões, não pode ter sido um simples latrocínio, queremos apuração profunda", disse a deputada, que anunciou a criação, na Câmara, de uma comissão externa com deputados de vários estados "para achar verdadeiros culpados, executores e mandantes".
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