INCLUSÃO
Instituto de Cegos da Bahia faz treinamento em shopping
Na quarta-feira, 6, o treinamento aconteceu no Salvador Norte
Por Maria Laura S. de Souza*
Cerca de 110 colaboradores do Salvador Shopping e do Salvador Norte Shopping foram treinados pelo Instituto de Cegos da Bahia nos últimos dois dias. A iniciativa é da direção dos centros comerciais e tem o objetivo de eliminar as barreiras e favorecer a acessibilidade para o público no ambiente do Shopping.
Na quarta-feira, 6, o treinamento aconteceu no Salvador Norte com a coordenadora pedagógica do ICB, Shirley Moraes, psicanalista clínica, especialista em educação inclusiva.
O treinamento foi ministrado com os temas ‘Deficiência Visual’, ‘Mitos sobre a cegueira e baixa visão’ e ‘Como auxiliar o cliente que tem deficiência visual’.
Shirley conta que, como parte da ação, uma equipe do ICB também realizou visita técnica aos shoppings e sugeriram alterações. “Ficamos muito felizes com o convite. Eles têm uma equipe de inclusão e acessibilidade e nos pediram auxílio para uma abordagem que favorecesse a deficiência visual”, relata.
Durante as palestras, os colaboradores puderam aprender mais sobre a forma correta de ajudar uma pessoa cega ou com baixa visão a aproveitar seu tempo no espaço do shopping sem impedimentos.
“Por exemplo, quando uma pessoa deficiente visual pergunta onde está uma loja, você não pode simplesmente apontar. É correto perguntar se ela precisa de acompanhamento, se ela gostaria somente das coordenadas ‘esquerda, direita’, para que ela realize suas compras sem barreiras”, explica Shirley.
Outro tema de destaque nas palestras é sobre acessibilidade atitudinal. Shirley explica que essa acessibilidade é um conjunto de comportamentos que possibilitam a pessoa com deficiência a realizar suas atividades como outras pessoas. “Falamos sobre alguns conceitos equivocados que geram estigmas como, por exemplo, o pensamento de que é preciso falar mais alto com uma pessoa cega. Isso é um mito”, alerta.
Shirley aponta ainda que a medida em que as pessoas vão trabalhando com pessoas com deficiência em geral, a observação do local em relação a acessibilidade vai ficando mais refinada.
“A partir das palestras, os colaboradores podem observar ainda mais barreiras, como o shopping center, por exemplo, que tem uma escada escura, que não tem marcação no piso, o que não auxilia a pessoa cega e nem com baixa visão, Por mais que ela identifique, ainda vai impedir que ela vivencie suas experiências no shopping com autonomia”, afirma.
Shirley acredita que as palestras são o ponta pé inicial para uma grande mudança. Apesar de serem 2 horas de conversa, ela revela que foram momentos proveitosos. “Foi lindo de ver os colaboradores, foram muito participativos, fizeram muitas perguntas, e eu amei o envolvimento da equipe. Eles mostraram que queriam mesmo aprender”, afirma.
Juliana Marinho, gerente regional de marketing Bahia e Sergipe do Grupo JCPM, afirma que o ICB foi convocado para que o espaço do shopping seja cada vez mais inclusivo. “Antes de realizar alguma ação, precisamos treinar os nossos colaboradores, afinal, estão diariamente em contato com os clientes. A capacitação contribui com essa troca, fomentando ainda mais o respeito e a inclusão”, explica
*Sob a supervisão da editora Kenna Martins
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