SALVADOR
Instituto de Cegos da Bahia leva luz a crianças e adultos
Por Tainá Cristina*
“Desde pequena me adaptei com a deficiência. Já consigo ler e escrever em braile”, contou a pequena Manuela Dourado, 11, que aos três meses de vida foi diagnosticada com contração e dilatação da pupila pelo Instituto de Cegos da Bahia (ICB). Fundada em 30 de abril de 1993, a entidade, referência no atendimento à visão subnormal, oferece gratuitamente aos deficientes visuais habilitação e reabilitação em áreas como sociabilização, saúde e educação.
O instituto, que atende pessoas de zero a 100 anos com problema de cegueira, baixa visão, surdocegueira e deficiência múltipla, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), realiza mensalmente cerca de nove mil procedimentos. Conta com atendimentos de oftalmologia geral e especializada, clínico-geral, nutricionista e equipe multidisciplinar, oferece serviços de educação complementar, acesso a aulas de informática, biblioteca com acervo em braile, oficina pré-profissionalizante, atividades esportivas, educacionais, artísticas e também musicais.
“Na época, foi uma notícia difícil. Manuela é uma criança feliz, alegre, e a gente precisa continuar a vida. E ela foi ensinando para nós que o importante era viver e ser alegre. A demanda de mobilidade e braile foi aumentando quando vim para o ICB. Ela adora cantar e diz que foi o instituto que lhe deu essa oportunidade. O instituto é tudo, nos orienta e dá direção”, ressaltou a mãe da menina, Luciana Ferreira, 45 anos.
O Instituto de Cegos da Bahia vive de doações para suprir as despesas que chegam a R$ 300 mil no mês. Para manter toda a estrutura da ICB funcionando de modo adequado e melhorando a qualidade de vida das pessoas com deficiência visual, os interessados em colaborar podem realizar as doações por meio de contas bancárias ou ainda contribuir com alimentos não perecíveis, produtos de limpeza, roupas novas ou seminovas. Na oportunidade, os interessados podem se candidatar para ser voluntários e ajudar pessoas.
Ampliação
“Precisamos de pessoas que nos ajudem a captar mais recursos para ampliar a capacidade de atendimento. Aceitamos roupas, eletrodomésticos, móveis, utensílios domésticos. Temos um bazar e vendemos de tudo, todo o valor é revertido para as despesas. O SUS nos dá dinheiro para atendimento, mas não para a manutenção”, diz a presidente do ICB, Eliana Diniz.
Para Lúcia Flávia, 45 anos, mãe do pequeno José Leandro, 9, a atuação do ICB foi muito importante na vida da família: “Agradeço a Deus, depois a toda equipe do ICB. José teve má-formação no nervo óptico. É uma criança alegre e inteligente”.
* Sob a supervisão do jornalista Luiz Lasserre
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