DIA DE COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Lideranças celebram evento contra intolerância religiosa no Pelourinho
A ação acontece nesta sexta, 19, e reúne diversos representantes políticos, religiosos e atrações musicais
Por Carla Melo e Isabela Cardoso
Durante a ação em alusão ao Dia de Combate à Intolerância Religiosa, que acontece no Largo do Pelourinho, nesta sexta-feira, 19, a secretária de Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Governo do Estado da Bahia (Sepromi), Ângela Guimarães, citou o recente caso de intolerância no metrô de Salvado, ressaltou a importância do evento e a necessidade da luta antirracista, através de ações do governo do Estado.
“Esse é o momento da gente reunir lideranças religiosas de vários credos, mas também um momento de convocar a sociedade para uma agenda de respeito à diversidade, das formas de manifestação religiosa e de relação ao sagrado. Teve um episódio agora recente ali no metrô, que nos colocou a todos em posição de alerta. Um lugar de transporte de massa, onde as pessoas deveriam se sentir seguras e protegidas, onde uma diversidade imensa de pessoas transitam milhares de pessoas, e aquele caso foi tão explícito, tão grotesco, tão agressivo”, relata a secretária.
O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é celebrado no dia 21 de janeiro, e foi instituído através da Lei Federal nº 11.635, de 2007. Neste mesmo momento, em que é celebrada a luta, também é comemorado os 35 anos da Fundação Cultural Palmares, primeiro órgão de estado destinado à preservação dos valores da cultura afro-brasileira.
A secretária também apontou as ações e eventos realizados pelo governo do Estado para a colaborar com o reconhecimento das manifestações religiosas e o combate e enfrentamento à intolerância religiosa, e frisou a ampliação de políticas públicas na Bahia.
“O Conselho Interreligioso da Bahia sempre se soma a essas movimentações ao longo do ano. Além de uma série de diálogos interreligiosos que nós realizamos aqui na Bahia, nós, em parceria com esse segmento, realizamos a Caravana de Educação e Direitos para os Povos de Terreiro. Então nós fizemos as edições de Cachoeira, Jequié e Porto Seguro, e vamos dar desdobramento porque nós sabemos que uma pauta tão importante quanto o combate, o enfrentamento à intolerância religiosa, a luta por respeito, é algo que precisa acontecer todos os dias. A gente pretende, esse ano, dar continuidade às campanhas, adentrar nas escolas e muito mais”, ressalta Ângela.
A ação, coordenada pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia (Sepromi), reúne inúmeras lideranças de diversas religiões, além de artistas e grupos baianos, como Mariene de Castro, Orquestra Afrosinfônica, Luã Freitas, Banda Didá, Afoxé Filhos de Gandhy, Ilê Aiyê, Banda Yayá Muxima e Malê de Balê.
Segundo o Maestro Ubiratan Marques, da Orquestra Afrosinfônica, a participação do grupo musical em um evento contra a intolerância religiosa, principalmente, contra aquelas de matrizes africanas, ressalta a ancestralidade da Bahia
“A Orquestra Afro Sinfônica, a partir do momento que sobe em qualquer palco, é um ativismo. O grupo é composta 100% de pessoas negras e 90% de pessoas que o tempo todo estão no ativismo negro. A Afro Sinfônica vive do nosso suor, ou seja, do sangue negro. É um grande passo que a gente está dando, principalmente com essa lei, porque a gente não aguenta mais sermos atacados por andarmos com nossos adereços e proteções”, desabafa o músico.
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