SALVADOR
Língua de Prata desiste e Jangada é o último em Itapuã
Por Jair Mendonça Jr.

O bar e restaurante Jangada é o único remanescente na orla de Itapuã, desde a demolição de 26 estabelecimentos, em julho de 2014, para viabilizar o projeto de requalificação da região.
Tanto o Jangada como o Língua de Prata, ambos do mesmo segmento, obtiveram na Justiça baiana uma liminar que os mantém funcionando. Mesmo com a liminar vigente, o Língua de Prata demoliu parte da estrutura e mudou-se para a região da Lagoa do Abaeté - onde adotou o nome de Lagoa de Prata.
Segundo moradores, o dono decidiu derrubar o telhado e retirar todos os móveis. O aposentado Luiz de Queiroz Silva, que disse ter sido frequentador assíduo do local, lamentou a atitude.
"Ele se precipitou. Não deveria ter feito isso. O que atraía as pessoas para cá era o Língua de Prata. À noite, isto aqui está um deserto só", disse Silva.
Processo
Um site local (itapuacity.com.br) divulgou, no último sábado, que o prefeito ACM Neto autorizou a demolição das estruturas do Língua de Prata e do Jangada e que o processo judicial, que os mantinha funcionando, havia sido superado.
Entramos em contato com a Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) para comentar o assunto.
A assessoria de comunicação informou que ainda não existe data definida para a demolição. Informou, ainda, que o órgão aguarda os prazos da Justiça e só fará a intervenção após decisão judicial.
O advogado Otávio Pires, que defende os dois estabelecimentos neste processo, disse que não recebeu nenhuma comunicação sobre a demolição. Ele observou também que, caso a prefeitura consiga derrubar a liminar, caberá recurso.
"Conseguimos a liminar porque os estabelecimentos não estão em área da Marinha. Ali é área de uso comum do povo", afirma Otávio Pires. As obras de requalificação da orla de Itapuã, que tiveram início em julho de 2014, estão orçadas em R$ 9,2 milhões.
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