ORGULHO
Mães de crianças especiais têm rotina desafiadora e missão nobre
Experiência é intensa e cheia de descobertas, além da luta diária pela qualidade de vida e direitos básicos
Por Amanda Souza
Toda maternidade é um caminho desafiador e cheio de descobertas. Mas quão diferente é receber nos braços um ser capaz de transformar a sua vida, rotina, planos futuros e te fazer olhar o mundo de outra forma, agora mais especial? Toda mãe é mãe, claro. Mas a mãe de crianças especiais foram escolhidas para essa empreitada - e essa conclusão é unanimidade entre elas.
São mães que, além dos desafios da privação da sono, da amamentação dolorida, ou do puerpério, precisam lidar com uma luta diária pela saúde, qualidade de vida e demais direitos básicos e garantidos para seus filhos.
Na edição deste sábado você vai conhecer Maridalva Santos, a mãe da Lara Letícia; Patrícia Monteiro, a mãe do Paulo; e Claudia Rêgo, a mãe da Maria Alice. São três mães que se adaptaram para cumprir a missão desafiadora de educar, proteger e garantir a vida, a inclusão social e a dignidade de seus filhos. Lara, 6 anos, é portadora de síndrome de Down. “Eu me espelho na minha filha. É uma maternidade desafiadora, mas é a garra dela que me faz me reerguer”, destaca Maridalva.
Compromisso
Paulo, 10 anos, foi diagnosticado com atraso mental. “É uma missão que Deus só dá a quem pode cumprir. Paulinho me faz ser e dedicar o melhor que eu posso”, conta Patrícia.
Maria Alice, 10 anos, tem síndrome de Down. “Ser mãe é um exercício diário, mas recompensa saber que você importa muito para alguém. O amor da mãe é diferente para eles”, pontua Cláudia.
O nascimento de Lara Letícia, Paulo e Maria Alice transformou os lares dessas famílias. Apesar dos desafios diários, das conquistas galgadas aos poucos, os maiores problemas estão da porta de casa pra fora: o preconceito e o desrespeito. “As pessoas sempre acham que você está fazendo menos do que o que deveria pelo seu filho, acham que é sua culpa. Mas só quem vive sabe o quanto difícil é”, diz Patrícia. “É muito ruim ouvir as pessoas perguntarem sem nenhum pudor se ela é doente”, desabafa Maridalva.
“O olhar da sociedade me incomoda. Aquele olhar de curiosidade e ao mesmo tempo de indiferença, sem se preocupar como aquilo chega na criança”, relata Claudia.
Dinâmica
A vida e a rotina dessas mães é de muita busca por conhecimento, de pequenos ganhos diários e, em muitos casos, de solidão e falta de referência.
“Muitas mães não conhecem ninguém naquela mesma situação e não conseguem lidar”, explica Claudia. “E, nesse sentido, as pessoas nunca te compreendem, não entendem a sua realidade”, detalha Patrícia.
Lara, Paulinho e Alice são atendidos pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). “Aqui a gente se sente muito acolhida, abraçada, ouvida. É um trabalho importante para as crianças e para nós”, diz Maridalva.
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