SALVADOR
Manifestantes ocupam canteiro de obras do BRT em novo protesto
Por Da Redação com informações de Luciano da Matta

Um grupo com cerca de 30 pessoas realiza mais um protesta na manhã desta quarta-feira, 6, contra o Bus Rapid Transit (BRT) de Salvador. O ato é liderado pelo Movimento Não ao BRT e acontece no canteiro de obras do modal, na avenida Juracy Magalhães Jr, na altura do Hospital Aliança.
Os manifestantes pedem a interrupção das obras e a discussão de alternativas para a mobilidade urbana da capital baiana. Eles ocupam a área interna das obras (cercada por tapumes) desde as 8h e devem permanecer durante todo o dia, para registrar o corte de árvores que darão lugar ao novo meio de transporte. Viaturas da Polícia Militar (PM) estão no local para acompanhar a manifestação.
“Os ministérios públicos Federal e Estadual e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) estão sendo convocados publicamente a visitar a ocupação e assumir o papel de mediação de conflitos do qual têm se omitido. Representações da sociedade civil junto aos MPs vêm sendo sistematicamente arquivadas desde 2015, mesmo com farta documentação apresentada apontando irregularidades - que vão desde vícios de licitação até a ausência de licença para tamponar os rios e do plano de manejo de fauna”, diz o movimento, em nota.
Esta não é a primeira vez que o BRT é alvo de protestos. O grupo, criado em abril deste ano, ao mesmo tempo em que foram iniciadas as obras, já realizou outros atos no local para chamar a atenção sobre os impactos do projeto no meio ambiente. Nesta manhã, o pré-candidato à Presidência da República Guilherme Boulos, que cumpre agenda em Salvador, esteve no local para prestar apoio aos manifestantes.
A prefeitura de Salvador classificou o ato como "partidário e eleitoreiro". "O Consórcio BRT acionou a polícia para que o canteiro de obras, invadido na manhã de hoje por militantes políticos travestidos de ambientalistas e pré-candidatos a cargos eleitorais, seja desocupado. (...) A invasão foi patrocinada por lideranças locais e nacionais do PSOL, numa atitude que demonstra o caráter partidário e eleitoreiro da ação, que não é pacífica ou democrática, já que se trata de ocupação irregular de uma área pública em obras", enfatizou, em nota, a gestão municipal.
O grupo ressalta que cerca de 70 mil pessoas assinaram uma petição online contra a derrubada das árvores prevista no Estudo de Impacto Ambiental do projeto. “Além de devastar uma das poucas áreas verdes de Salvador, o projeto prevê o tamponamento de dois rios e a construção de quatro elevados, intervenção viária que tem sido evitada em todo o mundo pelo seu impacto urbano, criando áreas sombreadas e degradadas”, alerta o grupo.
O secretário municipal de Mobilidade (Semob), Fábio Mota, disse no domingo, 3, que já respondeu várias vezes às críticas feitas por integrantes do protesto. "Nós fizemos quatro audiências públicas. A própria decisão da Justiça afirma que basta uma rápida pesquisa no Google para ver que ocorreram. É lógico que teve debate", disse ele, referindo-se à liminar que a prefeitura conseguiu derrubar na Justiça que suspendia a licitação do BRT.


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