SALVADOR
Monumento ao Dois de Julho no Campo Grande passa por restauração
Considerado um dos símbolos mais importante da Independência do Brasil na Bahia, o Monumento ao Dois de Julho, na Praça do Campo Grande, será entregue completamente restaurado nesta sexta-feira, 6, às 9h30. A intervenção durou cerca de cinco meses e contou com investimento de R$ 829 mil.
O trabalho foi executado pelo Studio Argolo Antiguidades e Restaurações.O serviço contou com uma equipe especializada composta por 12 profissionais. O restauro envolveu a reposição de peças danificadas e furtadas, limpeza e pinturas, além da recuperação da pavimentação, dos postes e luminárias que cercam o monumento.
“Tivemos de repor mais de 200 quilos de peças em bronze que foram roubadas. Só o remo que foi furtado, de uma das grandes figuras que representa o Rio São Francisco, pesa 57 quilos”, explica o restaurador à frente das intervenções, José Dirson Argolo.
Rico em detalhes, o Monumento ao Dois de Julho possui diversos objetos ligados a um grande mastro. Foi preciso restituir uma quantidade expressiva de itens pertencentes aos animais que fazem parte da alegoria, a exemplo de águias, leões e jacarés. Também foram recolocados 600 letras da inscrição que compõe o monumento, além de peças de mármore, sobretudo, do mosaico.
Uma nova pintura foi feita nos oito candelabros em ferro fundido junto com seus ornamentos. Os itens passaram por tratamento com camada protetora antiferrugem, além da consolidação das trincas e fissuras, por meio do preenchimento com massa de resina epóxi e fibra de vidro.
O monumento
Criado na Itália pelo artista italiano Carlo Nicoli y Manfredini, e inaugurado em 1895, o Monumento ao Dois de Julho alcança a altura de 25,86 metros. A imponente peça é constituída de pedestal de mármore de Carrara, onde se assenta uma elegante coluna de bronze.
No topo, chama atenção o principal personagem da composição: um caboclo com 4,1 metros de altura, munido com arco e flecha e armado com uma lança, matando um dragão, que representa a tirania portuguesa. O indígena representa a identidade, a nacionalidade e a liberdade do povo brasileiro que lutou pela independência.
Na base da coluna, outras duas figuras atraem olhares: uma escultura de mulher representando a Bahia e outra representando Catharina Paraguaçu, a índia tupinambá, mulher de Caramuru, com o lema “Independência ou Morte” em seu escudo.
Ainda integram a riqueza de detalhes do monumento símbolos e ícones que representam batalhas, nomes de heróis e os principais rios da Bahia, São Francisco e Paraguaçu. Sem falar da cachoeira de Paulo Afonso, as águias e leões instalados na estrutura, que significam liberdade e república. Há também oito candelabros, de sete metros, adaptados para iluminação a gás, além de mosaicos com referências a eventos da História do Brasil.
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