APÓS ACIDENTE
Moradores denunciam rachaduras em casas próximas ao metrô
Eles reclamam que concessionária que administra o sistema não tem tomado providências
Por Daniel Brito
Após o acidente ocorrido com dois trens do metrô de Salvador e um caminhão de serviço do sistema metroviário, na manhã desta terça-feira, 31, alguns moradores da região onde está localizado o elevado por onde passam as composições reclamam que suas casas estão com rachaduras.
Eles contaram ao Portal A TARDE que o problema é antigo e começou quando as obras de expansão do sistema estavam em andamento, com a utilização de um equipamento chamado "bate-estaca", mas as rachaduras se agravaram por conta dos trens que passam pela área nos dois sentidos. Os moradores dizem ainda que a CCR Metrô Bahia, concessionária que administra o sistema, não tem tomado providências a respeito da situação.
"Disseram que viriam, que ia ter indenização e nunca apareceram. Desde o começo da obra, já vinha danificando. Bate, bate, rachando, a gente em cima falando, eles dizendo que iriam indenizar. A obra foi concluída, indenizaram algumas pessoas e a nossa casa, que fica a 10 metros do metrô, está aqui", contou Jadenilson, que mora próximo ao local do acidente.
O morador revelou ainda que o caminhão de serviço da concessionária envolvido no acidente quase caiu em cima da sua casa e também da residência do seu tio, que fica próxima ao local. Ele destaca ainda que uma tragédia maior só não aconteceu porque um barranco e uma caixa de concreto pertencente à rede de esgoto impediram o veículo de manutenção da CCR de descer morro abaixo.
Ainda conforme Jadenilson, os trabalhos de manutenção ocorrem durante a madrugada, o que tem tirado o sono dele e dos vizinhos. "Como é que dorme? Com medo, barulho constante no seu ouvido. Pelo amor de Deus, sem condições. Eu só queria que viessem de novo e dessem uma olhada para ver as casas que precisam ser retiradas e tirar a gente dessa situação, porque a gente não é bicho, não", desabafou.
Outra moradora do entorno, Eva Santos Gomes também disse que teve sua casa rachada por conta da passagem dos trens do metrô e das obras anteriores. "O metrô passa com muita velocidade e estremece as casas mais próximas. Eles alegavam que iriam tirar essas casas, mas isso não aconteceu. Tiraram as casas que ficam mais à frente, mas as que estão atrás deixaram", contou.
A situação, segundo ela, foi agravada pela chuva que atingiu a região nos últimos tempos. Eva também afirmou que a concessionária não tomou providências. "Estiveram aqui logo quando começou a rachar, tiraram fotos e disseram que, se as rachaduras aumentassem, veriam o que fazer. Só que com a pandemia, parou tudo. Ano passado, fui na Defensoria Pública para tentar uma solução, mas estava em recesso", acrescentou.
Resposta da CCR
Em conversa com o Portal A TARDE, o diretor da CCR Metrô Bahia, André Costa, disse que os casos deveriam ser encaminhados à ouvidoria da empresa, onde seria aberto processo, encaminhado à análise e, após estudo de caso, retornada a resolutiva ao interessado.
"É só acessar a nossa ouvidoria, pelo nosso site ou pelo 0800, dar entrada na dúvida, na requisição, e aí a gente vai avaliar caso a caso, estudar e entender, pois precisam ser avaliados de maneira mais abrangente", disse.
André Costa, no entanto, não respondeu aos questionamentos referentes às já antigas reclamações dos moradores citadas acima. Com a interrupção abrupta do contato, não foi possível questioná-lo sobre as prometidas visitas e indenizações citadas pelos moradores, tão pouco sobre as demais queixas, a exemplo dos trabalhos durante a madrugada.
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