SALVADOR
Moradores do Engenho Velho de Brotas denunciam abandono do Parque Solar Boa Vista
Por Raphael Santana

Os moradores do Engelho Velho de Brotas denunciam o abandono do Parque Solar Boa Vista, localizado no Engenho Velho de Brotas, em Salvador. As queixas vão desde a destruição da quadra poliesportiva e alambrados até a presença de grande quantidade de lixo e entulho no entorno do espaço.
Jailton Ribeiro, de 58 anos, é presidente da Associação Renovação do Engenho Velho de Brotas e diz que muitas famílias deixaram de usar as dependências do parque por causa da situação de abandono. “A quadra está destruída e os moradores reclamam que não podem mais frequentar, assim como os aposentados, que ficavam jogando ali. Isso tem prejudicado o lazer dos moradores da região”.
A área pertence ao estado e duas unidades estão sendo ocupadas pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). De acordo com a assessoria de comunicação do órgão, o espaço inteiro do Parque Solar Boa Vista é do estado, mas só uma parte está com a Secretaria. “Esta parte que está com o Sesab, onde estão instaladas duas unidades, está tendo manutenção constante. Além disso, está sendo desenvolvido um projeto para instalação de uma central de laudos”, diz a nota oficial.
A Secretaria da Administração (Saeb) esclareceu que o Parque Solar Boa Vista compreende o Cine Solar Boa Vista, sob a gestão da Secretaria de Cultura (Secult) e atualmente fechado, em observação às orientações de combate à pandemia da Covid-19; Casa de Castro Alves, hoje desocupada, e a Central Estadual de Infusões e Medicamentos Especializados da Bahia, ambos vinculados à Secretaria de Saúde (Sesab); e o Centro de Saúde Aristides Novis, imóvel também vinculado à Sesab e atualmente cedido à Prefeitura Municipal de Salvador. Sobre as áreas verdes e de convivência, a Saeb informou que vai deslocar técnicos para uma vistoria para análise da situação.






Em relação ao lixo presente nas imediações do parque, assim como os entulhos, Jailton Ribeiro relatou já ter entrado em contato com a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), mas não obteve resposta. “Há algum tempo, a coleta dos materiais não é realizada”, relata.
Em nota, a Limpurb informou que o entorno do Parque Solar da Boa Vista é contemplado com coleta diária diurna, de segunda a sábado. “Nesta quarta-feira, 20, uma equipe da Limpurb esteve no local removendo todo material com auxílio de comboio (máquina retroescavadeira e caçambas trucadas)”. A empresa responsável pela coleta do lixo na capital baiana informou que, apesar de a área já ter sido isolada com separadores de concretos, algumas pessoas ainda insistem em acumular lixo e entulho no local de forma inadequada.
Destruição
A área do parque abriga um casarão, construído no século 18, já foi residência do poeta baiano Castro Alves, asilo, hospital psiquiátrico e sedes da prefeitura e da Secretaria Municipal da Educação. Em janeiro de 2013, o imóvel foi atingido por um incêndio de grandes proporções, que destruiu 30% da estrutura do prédio. Ninguém se feriu.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1938, o Solar Boa Vista está sem teto, assoalho e escadas. O Portal A TARDE entrou em contato com o Iphan para saber se há previsão de um projeto de revitalização do imóvel, mas, até o momento, não houve resposta à solicitação.
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