LUTO
Morre o jornalista Haroldo Abrantes, ex-fotógrafo de A TARDE
Doutor em jornalismo visual, Abrantes iniciou a sua carreira no jornal em 2002
Por Gabriela Araújo
Morreu na noite de sábado, 2, aos 66 anos, o jornalista e ex-fotógrafo do A TARDE, Haroldo Abrantes. Ele estava internado em um hospital de Salvador, após uma crise de úlcera gástrica. A causa da morte ainda está sendo investigada, conforme contou uma familiar.
O velório do fotojornalista e antropólogo acontece neste domingo, 3, às 12h, no Cemitério Campo Santo, localizado no bairro da Federação. Já a cremação inicia às 16h30, no mesmo local.
Trajetória
Especializado em fotojornalismo, antropólogo e doutor em jornalismo visual, Abrantes tinha um dom de ensinar a arte de retratar histórias com apenas um clique.
No período em que trabalhou no A TARDE, iniciado em 2002, Haroldo se destacou pelo seu trabalho exemplar. O editor de fotografia do jornal, Xando Pereira, definiu o colega como “homem de poucas palavras”.
“Haroldo era um grande repórter fotográfico, um homem de poucas palavras. Você chegava no local e não percebia que ele estava ali. Ele fazia um trabalho silencioso com importantes fotógrafos fazem”, disse o profissional, que estava bastante emocionado.
O fotógrafo Marco Aurélio, que também trabalhou no A TARDE, contou como conheceu Haroldo e destacou a sua rápida passagem pelo jornal.
“Conheci ele em um encontro de fotografia. Ficamos amigos. Trocamos muitas experiências comuns. Ele era um cara incrível, muito calmo. No período em que trabalhamos no A TARDE trocamos muitas figurinhas, até porque ele estava fazendo o caminho inverso ao meu. No momento em que entrei, ele estava se dedicando ao seu curso de antropologia visual”, contou.
Durante a sua carreira na fotografia, o fotojornalista foi vencedor do IX Prêmio Pierre Verger, ano de 2018, na categoria ensaio fotográfico, promovido pela Associação Brasileira de Antropologia.
Haroldo encerrou a sua carreira nos grandes jornais e passou a se dedicar a sua vida acadêmica. Atualmente, ele estava atuando como professor universitário e coordenava a Escola de Comunicação e Negócios da Universidade Católica do Salvador (UCSal).
Família
“Calmo e assertivo”, foi assim que a filha de Haroldo, Beatriz Abrantes, definiu o seu pai. Ela que se assemelhou aos passos do seu “herói”, como o chamou, também atua na vida acadêmica e se tornou professora de história. O fotógrafo também deixou outra filha, Priscila Abrantes.
Ao Portal A TARDE, Beatriz contou que fez a sua primeira fotografia com auxílio do seu pai quando ele ainda estava no curso de doutorado sobre antropologia fotógrafica.
“Meu pai me ensinou a fotografar. Ele me colocou para fazer fotos com ele. Lembro quando ele estava montando a sua tese para o curso de antropologia fotográfica sobre os pescadores de Itapuã, ele montou um barco de madeira dentro de casa dizendo que também fazia parte da fotografia”, contou, emocionada.
Pai e filha também tiveram a oportunidade de trabalharem juntos. Desta vez, a dupla se debruçou em um projeto audiovisual. Beatriz não deu detalhes sobre a produção.
“Ele também trabalhou com audiovisual e fizemos alguns projetos juntos. A gente sempre conversava sobre o que ele estava fazendo. Ele sempre foi um grande companheiro e uma pessoa muito solidária”, concluiu.
Formação
Haroldo Abrantes se formou em jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1980. Mestre em Antropologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) - PPGA (2009). Doutor em Antropologia no Programa de Pós Graduação em Antropologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) - PPGA (2019).
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