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SALVADOR

MP acionará Hospital Espanhol por desassistência ao SUS

Por Luana Almeida

29/04/2013 - 7:10 h
Moderno prédio anexo à tradicional instituição de saúde é apontado como um dos vilões da crise
Moderno prédio anexo à tradicional instituição de saúde é apontado como um dos vilões da crise -

O Ministério Público do Estado da Bahia vai instaurar um inquérito civil contra o Hospital Espanhol para apurar denúncias de desassistência a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede privada. O promotor de justiça Pedro Araújo não quis dar mais detalhes alegando que está na fase inicial dos procedimentos de apuração.

A denúncia ao Ministério Público foi feita pelo Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia. A entidade alega que, após a suspensão do atendimento de emergência, no último dia 18, o hospital deixou de receber novos pacientes.

De acordo com o presidente do Sindimed-BA, Francisco Magalhães, apenas os pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e nos apartamentos continuam recebendo suporte médico.
Segundo o sindicalista, a situação reflete a crise vivida pelo hospital há dez anos devido ao endividamento para pagamento de dívidas trabalhistas e pelo custeio da construção de um prédio anexo, financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Empréstimos - "Para tentar sanar essas e outras dívidas, foram feitos empréstimos que não puderam ser quitados", explicou o presidente do sindicato. Ele diz ainda que hoje o hospital não tem medicamentos nem aparelhagem necessária para retomar o atendimento, suspenso pela primeira vez em fevereiro passado.

Com 128 anos de fundação, o Hospital Espanhol é uma entidade filantrópica administrada pela Real Sociedade Espanhola de Beneficência, associação de imigrantes espanhóis oriundos da Galícia e estabelecidos na Bahia.

Atualmente, tem cerca de dois mil empregados, entre médicos, enfermeiros e funcionários administrativos. O hospital dispõe de cerca de 240 leitos nas mais diversas especialidades e chegava a atender cerca de 200 pessoas por dia.

O presidente do Sindimed afirma que a crise pode gerar prejuízos significativos à saúde no Estado por conta da indisponibilidade de equipamentos e procedimentos oferecidos pelo hospital.

"O fechamento de um hospital de grande porte como o Espanhol pode acarretar indisponibilidade de 240 leitos, sendo 60 de UTI e 10 de obstetrícia. Hoje, há uma carência enorme desses tipos de leito na Bahia. É uma situação muito preocupante".

Procurada pela reportagem, a diretoria do hospital divulgou que não se pronunciará. "Está aguardando liberação de recurso junto a entidade financeira", informou a assessoria da instituição.

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