INDEPENDÊNCIA DA BAHIA
Multidão vai às ruas acompanhar desfile em homenagem ao 2 de Julho
Imagem dos caboclos saíram do Largo da Lapinha por volta das 9h, em direção ao Campo Grande
Por Alex Torres
Milhares de soteropolitanos marcaram presença bem cedo no Largo da Lapinha, na manhã desta terça-feira, para acompanhar de perto o desfile do 2 de Julho, data em que celebra a Independência do Brasil na Bahia. Em ano eleitoral, a festa ainda serviu para diversos políticos testarem a popularidade diante do público.
A aglomeração iniciou por volta das 6h, com a Alvorada de fogos que marcou a abertura das comemorações. Após a organização do cortejo e cerimônias cívicas, o desfile iniciou no Largo da Lapinha, em frente ao Busto do General Labatut, figura histórica que liderou o exército para a independência do estado.
"Para mim é a data mais importante do Brasil. Porque foi onde praticamente tivemos o poder de nos libertarmos. Não estamos totalmente libertos, mas é quase. Mesmo assim, ainda é uma data muito importante", disse Carleto Oliveira, de 67 anos, acompanhou a saída do cortejo no Largo da Lapinha.
Em conversa com o Portal A TARDE, Elisângela Almeida comentou a importância de abordar a Independência da Bahia nos livros de história de todo o Brasil e ainda trouxe a filha pequena para poder acompanhar o desfile que saiu do Largo da Lapinha e foi até o Campo Grande.
"Eu vejo isso muito mais importante pela questão de sabermos que o nordestino sofre muito preconceito no restante do Brasil. Importante maximizarmos essa história. Expandir não só para a Bahia, mas para o Brasil. O quanto de relevância que temos de história cultural, história de lutas. O baiano não é preguiçoso. O baiano luta, não somente nas guerras, mas luta diariamente. Isso precisa ser levado de forma escrita para as crianças. Muita gente ainda não sabe exatamente o significado a Independência da Bahia. Tem como uma pequena data histórica, e não é uma pequena data histórica, é uma importante data para o Brasil", afirmou.
O início do desfile ocorreu por volta das 9h e contou com a articipação das figuras dos Caboclos de Itaparica, Museu Vivo na Cidade, Fanfarras Municipais, Estaduais e da Região Metropolitana de Salvador, além de grupos populares.
Também presente no evento, a vice-presidente do Sindicato dos Servidores dos Conselhos e Ordem Autárquicos das Profissões Liberais no Estado da Bahia (Sinsercon), Jacira Natividade, destacou o caráter de luta e resistência do desfile celebrado no 2 de Julho. Ela também falou sobre a necessidade de passar esse conhecimento para as camadas mais jovens.
"Uma data muito emblemática. Estar aqui e poder prestigiar junto com todo o povo baiano é algo muito gratificante. Eu faço questão de todo ano estar aqui para homenagear a nossa Bahia e a nossa independência [...] Essa é uma matéria indispensável (em sala de aula). A gente percebe que, com o tempo, se perdeu muito essa tradição. As crianças não têm tanto essa consciência. Eu falo por experiência própria, como mãe de dois filhos, duas crianças que não têm essa consciência, não tem essa visão vindo do ambiente escolar. Esse aprendizado vem muito de casa, vem muito das lutas. Eles presenciam essa temática, falam sobre essa temática. Porém, na escola, ainda é pouco debatido", ratificou Jacira.
Após a saída dos caboclos para o desfile, o cortejo ainda fez breves paradas para homenagear os Heróis da Independência, a Ordem Terceira do Carmo e a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. As 'interrupções' ocorreram no Convento da Soledade, em frente à Ordem e na Igreja Rosário dos Pretos, respectivamente. Por fim, os carros emblemáticos dos caboclos foram recolhidos na Praça Thomé de Souza.
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