MOBILIDADE
Nova pesquisa sobre qualidade dos ônibus é aplicada em Salvador
O questionário será aplicado por pesquisadores nas diversas linhas que circulam pela cidade
Por Inara Almeida
Pouca estrutura, frota aquém do necessário para atender a população, falta de segurança e reclamações em relação às rotas são alguns dos problemas mais citados por usuários do transporte público em Salvador. A fim de esclarecer os pontos de insatisfação e melhorar o serviço, a Secretaria de Mobilidade (Semob) dará início à pesquisa QualiÔnibus a partir de segunda-feira, 6.
O questionário será aplicado por pesquisadores nas diversas linhas que circulam pela cidade. Além de perguntas sobre a satisfação geral do sistema, a pesquisa também traz questionamentos sobre o perfil de uso, dos clientes e questões de concordância. As abordagens serão feitas entre as 5h30 e as 19h30, sempre nos dias úteis.
O diferencial da pesquisa em relação às outras que já são aplicadas anualmente, além do fato de ser realizada enquanto o usuário está viajando no transporte, ao invés de parado nas estações ou finais de linha, é a troca de experiência entre as cidades que aplicarão o questionário desenvolvido pela WRI Brasil. Ao todo, 27 municípios brasileiros já aderiram à iniciativa.
Para o secretário de mobilidade Fabrízzio Muller, as pesquisas qualitativas são cruciais para identificar as piores reclamações e o que precisa ser melhorado. “A gente tem consciência que o transporte público passa por uma grave crise e isso traz uma percepção ruim para o usuário. Estamos fazendo uma segunda pesquisa dentro de um conceito diferente para que possamos efetivamente melhorar o sistema de transporte público do Brasil”, destaca.
Questionado sobre o que apontaria como principal problema dos ônibus da cidade, o soldado do Corpo de Bombeiros Militar Jessé Pitta, 30, destaca a falta de segurança. “Sou usuário do transporte público há mais de 20 anos e nunca me senti tão inseguro quanto hoje quando estou em um ônibus”.
A insegurança é apenas uma das questões que atormentam usuários assíduos de ônibus. Para a estudante Maria Clara Andrade, 23, que pega cerca de dois ônibus diariamente, a falta de infraestrutura é um problema. “Muitos ônibus sujos, quebrados. Fora que algumas linhas têm poucos ônibus rodando, ficam lotados e precisamos esperar demais no ponto”, destaca.
De acordo com o especialista em planejamento urbano Heliodorio Sampaio, a falta de planejamento a nível municipal, estadual e nacional é o principal gerador da crise no sistema público de transporte.
“Falta planejamento e também faltam pessoas qualificadas para atuarem na construção desse planejamento de transporte. Em Salvador, por exemplo, tem metrô, ônibus, BRT, mas são desarticulados”, explica.
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