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SALVADOR

O lado bom do salitre

Fabiana Mascarenhas, do A TARDE

Por Fabiana Mascarenhas, do A TARDE

13/07/2008 - 10:45 h | Atualizada em 13/07/2008 - 11:42

>> Spray marinho também ajuda a evitar chuva ácida

A maresia característica de Salvador e cidades litorâneas é um problema para os moradores da orla por conta dos constantes danos que provoca em produtos eletrônicos e automóveis, mas um excelente aliado no combate à poluição. Também conhecida como salitre, a maresia é um purificador natural do ar, reduzindo em até 20% a poluição atmosférica nas cidades costeiras.

Pesquisadora do assunto desde a década de 80, a química e coordenadora do Laboratório deQuímica Analítica Ambiental da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Tânia Tavares, explica que o fenômeno conhecido cientificamente como spray marinho ou aerossol marinho é útil à atmosfera, pois purifica o ar ao absorver poluentes emitidos por veículos e indústrias. “O spray marinho funciona, na verdade, como uma espécie de vassoura, que varre esses poluentes jogados na atmosfera”, explica.

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Tânia Tavares coordenou uma pesquisa intitulada E studos Atmosféricos do Recôncavo Baiano: O papel do spray marinho, no qual observou os efeitos da maresia sobre os poluentes inorgânicos lançados ao ar, particularmente o dióxido de enxofre e os óxidos de nitrogênio. Nele, a pesquisadora constata que estas substâncias dispersas na atmosfera do Recôncavo são assimiladas pelas partículas provenientes da água do mar em suspensão, permanecendo na sua superfície e sendo neutralizadas.

SALITRE – A maresia é formada por partículas de água do mar, que, pela ação das ondas, se desprendem da superfície da água e entram em suspensão na atmosfera.

Segundo a pesquisadora, a área de Salvador onde a maresia é mais perceptível é o bairro de Amaralina. “Ali, podemos ver claramente que se trata de uma área em que a maresia é muito forte e visível”, diz.

Apesar de não ser uma estudiosa do assunto, a dona-de-casa Francisca Barreto, 55 anos, sabe bem o grau de salitre que há em Amaralina. Moradora do bairro há 42 anos, ela é obrigada a trocar seus produtos eletrônicos, pelo menos, a cada dois anos por conta da maresia. “Adoro morar aqui, mas sofro. Além dos aparelhos, os estragos no carro também são grandes”, conta a dona-de-casa.

De acordo com Tânia Tavares, o problema ocorre porque a maresia tem a propriedade de reagir com materiais que tenham ferro em sua composição, provocando a chamada oxidação ou ferrugem, como é popularmente conhecida a ação.

A Praia de Amaralina foi um dos pontos de Salvador observados pelos pesquisadores. Além dela, também foram analisados pontos como a Praia do Rio Vermelho e a Praça do Campo Grande e locais mais afastados, como o município de São Sebastião do Passé e alguns dos municípios da região da Chapada Diamantina.

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