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SALVADOR

Oxum também recebe presentes

Por JORNAL A TARDE

03/02/2006 - 0:00 h

Homenagem faz parte da tradição de se reverenciar a senhora do reino das águas doces na celebração a Iemanjá



Cleidiana Ramos




Se o 2 de fevereiro é dedicado a Iemanjá, a madrugada da data é reservada para Oxum, outra divindade com domínio sobre as águas – tem seu reino nas águas doces. Repetindo uma tradição de 13 anos consecutivos, a comunidade do Terreiro Odé Mirim Oxóssi, localizado no Engenho Velho da Federação e comandado pela ialorixá Valdelice Maria dos Santos, mãe Aici, depositou, no Dique do Tororó, o presente para a senhora da beleza.



“Se a gente vai saudar a mãe, também tem de prestar reverência à filha”, explica Claudomira Maria dos Santos, a mãe Mirinha. Ela é a iakekerê do terreiro, ou seja, a segunda na hierarquia da casa. É também a comunidade do Odé Mirim que realiza os rituais de oferenda da Colônia de Pesca Z1, promotora da festa no Rio Vermelho. O ritual no dique é uma extensão das comemorações organizadas pelos pescadores.



O terreiro é dedicado a Oxóssi, mas a reverência às divindades da água é cumprimento de uma obrigação. Mais não se fala, pois o tema faz parte do conjunto das coisas sobre as quais se deve calar no candomblé fora dos seus círculos de iniciados.

 

SAUDAÇÃO – A comitiva vinda do terreiro chegou por volta das 2 horas e foi saudada por, aproximadamente, 200 pessoas que já se acostumaram a participar do ritual no dique. Vestidos de branco ou de amarelo – essa última a cor preferencial de Oxum –, os devotos falam pouco.



Diferente da festa do Rio Vermelho, que tem um lado profano, o ritual no dique é mais introspectivo. O objetivo é pedir proteção e oferecer a Oxum desde uma rosa amarela até perfumes e outros presentes.



A oferenda é depositada em um barco, comandado por Vítor Menezes Dórea que trabalha no local há 47 anos. A idade ele não revela, mas deixa escapar que herdou a missão por antiguidade. “Dos antigos só tem eu mesmo, pois os outros foram morrendo”, explica.



Em seu barco, junto com a oferenda, seguem apenas mãe Aici e alguns de seus sacerdotes e sacerdotisas. A comitiva é devidamente acompanhada pelo som dos atabaques e foguetes. Muita gente aproveita para acondicionar no balaio que leva as oferendas do terreiro o que se escolheu para dar a Oxum.



Para alguns sortudos, sobram ainda as bênçãos acompanhadas de perfume e distribuídas pelas sacerdotisas do terreiro. Cerca de 15 minutos após a partida da margem, o barco retorna. A oferenda para Oxum está colocada na água e Dórea explica.



“Não importa se afundar ou ficar boiando. O importante é que a obrigação foi cumprida e o presente está entregue”, acrescenta. Pronto. Com Oxum reverenciada, as atenções se voltam para Iemanjá.



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