POLÊMICA
Padre entra em disputa com Irmandade por gestão da Basílica do Bonfim
Irmandade quer padre Edson Menezes com CLT e proibido de pegar coleta dos féis
Por Rodrigo Tardio e Thiago Conceição
O padre Edson Menezes, 56, vive um imbróglio com a Irmandade da Basílica do Senhor do Bonfim, templo católico localizado na Sagrada Colina, em Salvador. O capítulo mais recente envolve uma determinação de um novo juiz da Irmandade com uma série de exigências ao pároco e alterações na atual estrutura organizacional da igreja, os pontos foram destacados em convocação de reunião extraordinária da entidade, marcada para o dia primeiro de junho.
No documento, assinado pelo juiz Jorge Nunes Contreiras e acessado pelo Portal A TARDE, está a determinação para que o padre seja registrado como empregado da Irmandade, devendo entregar a carteira de trabalho para as devidas anotações. O valor relacionado com o seu trabalho foi calculado em quatro salários mínimos, R$ 5.280.
O padre Edson Menezes ainda ficaria proibido de tomar posse de valores relacionados com as coletas diárias feitas pela igreja, em especial da sexta-feira, que também consideraria os cofres laterais da Basílica usados para a coleta de dinheiro dos fiéis. O pároco ainda teria que colocar um fim no comércio de itens como a água benta, nas dependências do lugar religioso.
“A coleta de sexta-feira é usada para as despesas da Igreja. Tiro dessa coleta a minha gôndola, que são três salários mínimos, além de todas as despesas da Igreja. É roupa para lavar, velas, vinho.Tenho uma despesa de R$ 40 mil por mês. A Igreja funciona como uma paróquia. Eu repasso todo mês para a Arquidiocese 10% de tudo o que arrecado na Igreja. A Igreja tem uma contabilidade, pago meu plano de saúde, plano de saúde do padre Xavier, as despesas da Casa Paroquial. Eu pago aos diáconos um salário mínimo, pago R$ 3 mil reais aos padres da Boa Viagem para que possam atender confissões”, disse padre Edson Menezes, em reunião paroquial nesta segunda-feira, 29.
Embate
As cobranças de valores relacionados com serviços de casamento, batizados e outras ações relacionadas com as atividades litúrgicas. O recolhimento dos valores seria feito apenas pela Irmandade.
Procurada pelo Portal A TARDE, a comunicação da Irmandade da Basílica do Senhor do Bonfim disse que o assunto é tratado com a Arquidiocese de São Salvador da Bahia, que enviou a seguinte resposta:
“Considerando as notícias que têm sido veiculadas a respeito da Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, a Arquidiocese de São Salvador da Bahia comunica que continua a envidar os esforços para o esclarecimento e a superação das dificuldades que têm sido levantadas, em vista do bem dos fiéis e da missão evangelizadora da Basílica Santuário, promovendo o diálogo respeitoso e fraterno, no cumprimento do que estabelece a legislação civil e canônica, iluminado sempre pela fé no Senhor Bom Jesus do Bonfim”.
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