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06/08/2023 às 6:00 | Autor: Priscila Dórea

REQUALIFICAÇÃO

Palacete Machado deve se tornar o mais novo hotel de luxo da capital

Tombada pelo Iphan, antiga sede do Abrigo Dom Pedro II, em Roma, será restaurada

Casarão fica localizado na Avenida Luiz Tarquínio
Casarão fica localizado na Avenida Luiz Tarquínio -

Em meio à fase de estudos para a sua adaptação e renovação, o Palacete Machado – tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e antiga sede do Abrigo Dom Pedro II, na Avenida Luiz Tarquínio, em Roma –, deve se tornar um dos mais novos hotéis de luxo de Salvador.

Depois do Hotel Fasano (antiga sede de A TARDE), o Fera Palace Hotel (antigo Hotel Palace) e o Palácio Rio Branco (que ainda não foi inaugurado), o Palacete Machado logo deve entrar para a lista das edificações históricas de Salvador que foram transformadas em equipamento hoteleiro.

Mas esse interesse nos prédios históricos de Salvador não veio do nada. Em 2019, o Governo da Bahia e a Secretaria de Turismo de Portugal assinaram um termo de cooperação para trazer o Projeto Revive, que revitaliza patrimônios públicos em Portugal, para nortear as ações na Bahia.

“Foi um programa muito virtuoso lá e tem ajudado muito nesse projeto maior de requalificar o Centro Antigo de Salvador o que, por sua vez, tem despertado o interesse do setor privado nos prédios antigos da capital”, diz o titular da Secretaria de Turismo da Bahia (Setur), Maurício Bacelar.

E esse interesse pelas edificações históricas vai além da hospedagem, aponta o secretário, a exemplo do Palacete Tira-Chapéu (centro gastronômico e de serviços) e o Palácio dos Esportes (equipamento turístico).

Mila Paes, titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), ainda lembra de outra edificação histórica recentemente adquirida, e que está no processo de restauro e reforma para virar hotel, o Convento do Carmo.

A secretária aponta que essa implantação de empreendimentos hoteleiros geralmente é acompanhada por outras ocupações comerciais da iniciativa privada, e essa é uma forma bem interessante de requalificar o Centro Histórico.

“Até porque muito investimento público tem sido feito lá também. Museus têm sido implantados em prédios antigos, assim como os que já existem, a exemplo do Museu da Misericórdia, estão sendo requalificados. Isso tudo aumenta e movimenta a economia da região”, explica Mila Paes.

A Semdec foi que autorizou, no início de junho, que a empresa BM Empreendimentos S.A. (a mesma que adquiriu o Palácio Rio Branco) a dar início ao estudo de viabilidade para a implantação de um hotel no Palacete Machado. “Eles têm o prazo total de 120 dias para apresentar esses estudos. Se ele for acatado, daremos início ao rito normal de avaliação e licitação desse prédio, para que ele possa ser concessionado e operado pela iniciativa privada, caso seja do interesse do município”, fala a secretária.

Longe do circuito

Além de atrair investimentos para a cidade, a expansão hoteleira por meio de prédios históricos também gera muitos empregos, e estimula o turismo religioso e cultural de Salvador, afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis na Bahia (Abih Bahia) e diretor-executivo da Prima Empreendimentos (proprietária do Hotel Fasano Salvador), Luciano Lopes.

“E a demanda por esse tipo de turismo na capital baiana é bem grande e possui um perfil de turista que, normalmente, gasta um pouco mais na cidade do que outros”, garante.

E mesmo que o Palacete Machado esteja longe do eixo histórico e turístico de Salvador – fica a um pouco mais de 7 km de distância do Palácio Rio Branco, por exemplo –, o arquiteto e presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU), Neilton Dórea, acredita que isso seja uma vantagem para ele, que acha esses restauros e mudanças de prédios históricos muito bem vindos – desde que sigam rigorosamente a cartilha do Iphan e demais órgãos, adverte.

“A verdade é que casa é igual a gente: se você não movimentar, deteriora bem rápido”, afirma.

A localização “deslocada” funciona, pois atrai um turista de classe média que viaja pela experiência que terá no hotel, não fora dele, aponta o arquiteto.

“A pergunta que realmente devemos fazer é a necessidade de mais um hotel desse porte em Salvador, uma cidade onde o valor médio da hospedagem é um dos maiores do País. Com o valor de uma diária em Salvador é possível se hospedar em um hotel em Brasília com uma infraestrutura melhor, e às vezes até mais barato”, afirma o presidente do CAU no estado.

Obras caras

Há alguns anos o presidente da Federação Baiana de Turismo e Hospitalidade do Estado da Bahia (Fetur), Sílvio Pessoa, visitou o abrigo e afirma: as obras ali serão caras e, dada a localização, é de se analisar se esse investimento valerá a pena.

“Hotéis instalados dentro de prédios históricos são normalmente destinados a turismo de luxo, pois a sua reforma e manutenção são de alto custo, mas o atual cenário turístico de Salvador está fraco nesse sentido”, salienta.

É preciso que haja mais investimento no entorno desses hotéis, aponta Sílvio Pessoa, em segurança, mobilidade e opções de lazer. “Há também o grande déficit dos voos internacionais, quase nulos para Salvador. Grande parte dos turistas que se hospedam nesses hotéis vêm de fora do País, então junto à reforma e inauguração deles, é preciso abrir os nossos portões de entrada para a Europa, por exemplo, como era nos anos 2000, quando tínhamos voos diretos para Lisboa, Holanda, Amsterdã e outros destinos, para assim termos um público real para esses hotéis”, afirma.

Solar é da primeira metade do século XIX

O Palacete Machado – chamado também de Solar Machado –, é um solar urbano da primeira metade do século XIX que, embora possua tratamento neoclássico, segue a linha dos grandes palácios barrocos europeus.

Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1949, a época de sua construção, no entanto, não é conhecida, afirma o instituto. Porém, acredita-se que seja da primeira metade do século XIX, como residência de um embaixador português.

Em 1877, a edificação foi adquirida pelo Governo da Bahia para a instalação do Asilo de Mendicidade Santa Izabel, em homenagem à princesa imperial, passando definitivamente para a administração municipal em 1913. Foi em 1943 que o seu nome mudou para Abrigo Dom Pedro II e, em 2018, principalmente pelas dificuldades financeiras para manter o prédio conservado, o abrigo de idosos foi transferido para outro endereço.

Agora, em 2023, o Palacete Machado foi adquirido pela BM Empreendimentos S.A para ser transformado em hotel. Por ser um prédio tombado, ele está sujeito à fiscalização do Iphan, para verificar as condições de conservação. Qualquer intervenção nestes bens deve ser previamente autorizada. “O Iphan não interfere nos usos desses bens, desde que os valores e atributos que os fizeram ser tombados sejam preservados. A ideia é que esses espaços tenham usos variados para que haja dinamização dos seus espaços, atingindo assim, a função de interesse público da preservação”, informou o Iphan por meio de nota.

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