SALVADOR
Parques são alternativas de lazer nas férias
Espaços ao ar livre permitem fazer piquenique, andar de bicicleta e até percorrer trilhas e cachoeiras
Por Priscila Dórea e Maurício Viana*
Piquenique no Parque da Cidade, bike no Parque de Pituaçu, trilha no Parque das Dunas, cachoeiras no Parque São Bartolomeu, flora no Jardim Botânico… Com o verão e as férias chegando, os parques de Salvador e suas muitas atividades se tornam um forte atrativo para a população. “As casas estão cada vez menores, não é? Diferentemente de antigamente, hoje é difícil termos um quintal para deixar as crianças brincando ou mesmo as deixar brincar na rua. Então parques como o da Cidade são ótimos para isso”, explica Larissa Invenção, mãe do pequeno Giovani.
Parte de um grupo de cinco amigas que tiveram filhos quase ao mesmo tempo - todos os bebês têm pouco mais de um ano -, Larissa e as amigas embarcam numa viagem de carro de 30 min de Simões Filho para Salvador, sempre que podem, para passar a tarde com os filhos no Parque da Cidade Joventino Silva. “Trazer eles para o parque, para brincar e interagir ao ar livre é mais importante ainda nesse calor, que está surreal demais. Eles ficam muito agitados e irritados com esse calor todo, então é bom para eles e para a gente tomar esse ar fresco e sair de casa”, explica outra integrante do grupo, Valéria Bonfim, mãe da Liz.
Muito visitado, o Parque da Cidade recebe manutenção contínua, afirma a Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman). Já os outros equipamentos administrados pela Prefeitura de Salvador - os parques, em especial, são administrados pela Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis) - recebem atenção extra na manutenção quando o verão e seu aumento de fluxo se aproximam. “Para esse verão, as ações estão focadas na orla da cidade. Cobrindo desde as ciclovias até as calçadas, pistas, praças, decks de madeira, balaustradas, muretas e guarda corpo metálico”, detalhou a Seman em nota.
Eventos ao ar livre
E com todo esse movimento e aumento de fluxo nos parques há também mais ações e atividades para os próprios parques, aponta a titular da Secis, Marcelle Moraes. "É a época do ano com maior número de visitantes e são diversos eventos realizados, desde eventos culturais, shows musicais, competições esportivas, feiras de artesanatos, feiras agroecológicas e aulas de alongamento e yoga. É uma boa época também para andar de patins, skate, bicicleta, patinete e, também, caminhada e piqueniques", afirma.
Outro equipamento bastante atrativo, principalmente para aqueles que andam de bike e patins, é o Parque de Pituaçu, que possui ainda uma exposição a céu aberto de obras do artista Mário Cravo. Ele já foi um dos locais de lazer mais frequentados da cidade, mas apesar da notória diminuição de visitantes, Pituaçu segue com alguns frequentadores assíduos, como a advogada Thaís Moreira, que todas as tardes leva a sua filha para brincar no local.
“Ela se diverte muito nos quiosques e nos parquinhos, onde gasta sua energia. Esse contato com a natureza, as plantinhas e os animais é ótimo e interessante para ela que está em fase de crescimento e aprendizado. No verão, aqui aumenta o público por virar mais uma opção de lazer na cidade”, afirma a advogada. Realizar atividades ao ar livre permite não somente o contato com a natureza, explica o educador físico da Periodize Saúde e Bem Estar, Fernando Eduardo de Santiago, como também é uma oportunidade para as crianças desenvolverem o contato social.
E isso inclui, principalmente, a redução do comportamento sedentário que está associado ao uso excessivo de telas, além de resgatar exercícios e brincadeiras que estão cada vez menos presentes, como pega-pega e amarelinha. “São atividades que trabalham diversas valências físicas necessárias para o desenvolvimento físico da criança, como o equilíbrio, a velocidade, além do aspecto lúdico que possui um benefício importante para a saúde mental”, explica o educador.
Pós-graduado em biomecânica e treinamento de força, Santiago ainda aconselha os adultos: ao praticar exercício físico, “cada pessoa deve procurar um profissional de sua confiança para avaliar suas capacidades e obter orientações específicas para a prática que deseja de acordo com o seu perfil”, evitando lesões e maiores problemas de saúde.
Há ainda opções de parques para quem gosta de unir lazer ao ar livre e aprendizado, como se aventurar em um mergulho no Parque Marinho da Barra ou mesmo passar algumas boas horas no Parque Zoobotânico Getúlio Vargas, como o autônomo Teobaldo de Lima, que levou o filho Theo, e os sobrinhos Guilherme e Gustavo para conhecer de perto animais que só haviam visto na TV. “É muito importante ter essa interatividade com a natureza, e isso vale para as crianças e para nós adultos. No mundo de hoje, temos cada vez menos oportunidades de passar algum tempo em contato com a natureza”, conta.
Prêmio da ONU
E claro, há o Jardim Botânico de Salvador, com seu visgueiro (árvore símbolo do local), Pau Brasil e Oiti da Bahia, que são apenas algumas das preciosas árvores que podem ser encontradas no Jardim, uma das áreas mais preservadas em Salvador e com menor intervenção humana. O Jardim Botânico recebeu, inclusive, o prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
A enfermeira Lívia Magalhães conheceu o local pela primeira vez com o marido na última semana e se surpreendeu. “Achei ótimo e tudo lindo. Um local de preservação precisa ter e conhecer, com energia boa para admirar as plantas e escutar até os cantos dos pássaros. Uma experiência muito boa, que aconselham todos a conhecer no verão”, comenta. A visitação ao parque é livre, mas é possível também marcar uma visita guiada.
Marcelle Moraes, titular da Secis, reitera que frequentar esses espaços públicos traz qualidade de vida para os visitantes. “Eles proporcionam contato direto com a natureza e suas estruturas, além de aliviar o estresse da rotina, o indivíduo recebe benefícios psicológicos e físicos, além de reduzir o sedentarismo com a prática de esportes e afastando a possibilidade até mesmo de desenvolver doenças como ansiedade e depressão".
*sob supervisão da jornalista Hilcélia Falcão
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