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SALVADOR

Pelourinho terá menos vendedores ambulantes

Cleidiana Ramos e Juracy dos Anjos

Por Cleidiana Ramos e Juracy dos Anjos

05/08/2009 - 22:40 h

Dos 165 ambulantes cadastrados na Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesp), apenas 80 continuarão atuando no Pelourinho, e são remanescentes de um grupo que chegou a mais de 300. A ação faz parte do plano de revitalização do local, cujo anúncio motivou um almoço, nesta quarta, 05, no Restaurante Coliseu, situado no Terreiro de Jesus, reunindo o prefeito João Henrique, o vice-prefeito, Edvaldo Britto, e o secretariado municipal.

“Os 165 são aqueles que têm situação regular, mas sabemos que o local comporta apenas 80. Então vamos usar o critério de manter aqueles que são moradores da área”, disse o secretário municipal de Serviços Públicos, Fábio Mota.

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Uma das queixas mais frequentes em relação à área é o espaço tomado pelos ambulantes nas calçadas e o assédio excessivo aos visitantes. O comércio ambulante no local, segundo o secretário, envolve, principalmente, estética (penteados afro), venda de berimbaus, lembranças turísticas e bebidas.

As outras ações são investimentos em iluminação pública, segurança (100 guardas municipais participarão de patrulhas no local, divididos em dois grupos), e limpeza pública. Uma subprefeitura foi inaugurada no Centro Histórico, mas o titular para o novo órgão não foi divulgado.

Segundo o prefeito João Henrique, o nome sairá de um consenso da comunidade local. Ele contou que já tem um candidato, mas como trata-se de um funcionário do governo estadual, o prefeito diz que prefere aguardar o fim de trâmites burocráticos.

Troca – “Temos um acordo de cooperação técnica com o governo estadual que nos permite a troca de funcionários para a prestação de serviços. Já foi feita a solicitação e estamos aguardando resolver tudo para fazer o anúncio”, disse João Henrique.

“Só assim pode dar certo. Vale lembrar também que não adianta falar em revitalização do Pelourinho, pois o problema é muito mais amplo e envolve o entorno, como Taboão, 28 de Setembro, Rua das Flores”, enumerou Clarindo Silva, dono do Bar e Restaurante Cantina da Lua.

O presidente do Olodum, João Jorge também elogiou a iniciativa, mas disse esperar que a ação tenha amplo alcance: “Espero que não seja apenas um efeito da disputa entre os governos, mas algo que realmente devolva ao Pelourinho o status que ele merece”. João Jorge destacou a riqueza simbólica da área.

“O Pelourinho é mais do que casarões históricos. Ele é fruto de um patrimônio imaterial formado por saberes representados pelo Olodum, o Ilê Aiyê, que também tem representação aqui, o Filhos de Gandhy, a Sociedade dos Desvalidos, a Didá e tantas outras instituições”, completou.

Respeito – Os seis ambulantes ouvidos por A TARDE, na quarta, mostraram-se favoráveis à medida da prefeitura de diminuir o número de vendedores no local. No entanto, querem que a ação respeite os trabalhadores que estão no Centro Histórico há anos e que trabalham no local durante o ano inteiro. Sueli Matos, vendedora de souvenir, também espera que a prefeitura não priorize os ambulantes que residem no Pelourinho em detrimento dos que moram em outros bairros. “Moro em Fazenda Coutos e trabalho aqui há 15 anos. Esta é a minha única renda. Por isso, não acho correto que uma pessoa – só porque mora no Pelô e começou a trabalhar agora – tome meu lugar”, indigna-se ela, que diz ter licença regular há 7 anos.

Notificações – Segundo a trançadeira Tatiane Moreira, fiscais da prefeitura desde segunda-feira, 03, entregam notificações aos ambulantes. “Queremos nos legalizar para pagar os impostos e continuar aqui. Não temos intenção de sair, porque trabalhamos no Pelô tanto na baixa como na alta estação, diferente de algumas pessoas que moram aqui e que só trabalham no verão ou em época de festas”, afirma a trançadeira, preocupada.

A baiana de acarajé Miraci Marinho, que afirma trabalhar num ponto ao lado da Catedral Basílica há mais de 15 anos, diz que a medida trará benefício ao local. “Os turistas são assediados por pedintes, ladrões e usuários de drogas, que, muitas vezes, ficam disfarçados de vendedores de souvenir”, denuncia a baiana, acrescentando: ”Estes, sim, deveriam ser retirados”.

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