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SALVADOR

PM responsável por tiro que matou Joel depõe: "Pisei e escorreguei"

Eraldo Menezes de Souza contou que disparo aconteceu depois de escorregar

Por Paola Pedro e Pedro Moraes | Portal MASSA!

06/05/2024 - 21:50 h
Júri popular acontece 13 anos depois de crime que resultou na morte de criança de 10 anos
Júri popular acontece 13 anos depois de crime que resultou na morte de criança de 10 anos -

Responsável pelo disparo que matou o menino Joel, em novembro de 2010, o ex-soldado da Polícia Militar, Eraldo Menezes de Souza, afirmou que apertou o gatilho da arma após "pisar em algo e escorregar". Em depoimento, nesta segunda-feira (6), Eraldo detalhou o dia da operação no Nordeste de Amaralina, bairro em que a vítima morava com sua família, além de contar sua perspectiva dos desdobramentos da investigação.

Dia do fato

Durante o júri popular do caso, que teve continuidade na tarde desta segunda-feira (6), no Fórum Ruy Barbosa, o ex-soldado deu detalhes da operação que resultou no assassinato da criança de 10 anos, no Nordeste de Amaralina.

"Essa primeira situação houve através da Cetel, foi solicitado apoio da Rondesp. Acredito que tenha sido o tenente [Alexinaldo] que solicitou o apoio. Essa busca, que não encontramos nada, foi à noite. Como fizemos essa varredura, as guarnições da Rondesp foram liberadas, e nós voltamos à base. No retorno, alguém parou a viatura, não encontramos nada e paramos mais à frente. O tenente tomou conhecimento de que haviam alguns elementos na parte de baixo. Saímos da viatura e descemos a pé. Eu estava em quarto ou quinto lugar na fila", iniciou.

"Fomos descendo a escadaria, no que descemos eu só vi o primeiro estopim de tiro, aí revisamos. Quando se cessou o tiro, continuamos a incursão, quando chegamos no fim da escadaria, que fica ao lado da casa do menino. Em questão de segundos, eu fiz uma manobra, pisei em algo, escorreguei, como a arma estava na mão, o gatilho disparou para cima (...) Ao retornamos, após populares falarem que teve tiros, procuramos saber o que foi, e nos falaram que a criança já tinha sido levada", detalhou.

O ex-soldado disse ainda que não chegou a ver a vítima baleada ou o pai da criança, o capoeirista Joel Castro, pedindo socorro.

Momento após a morte

Eraldo continuou o depoimento afirmando que, após a operação, duas das viaturas retornaram para a companhia, enquanto "a viatura do tenente se dirigiu para o hospital para tomar as providências."

Laudo pericial

Já com relação a autoria do disparo, o ex-PM afirmou que soube de sua responsabilidade a partir da divulgação do laudo pericial: "Tomei conhecimento de que o tiro saiu da minha arma quando saiu o laudo", disse.

Demissão e outros crimes

Eraldo Menezes de Souza também afirmou que, apesar de ser inocentado na Polícia Militar, não retornará às atividades. O ex-soldado contou que foi demitido da corporação entre cinco e sete anos atrás e atualmente trabalha de carteira assinada.

O ex-PM também revelou que já se envolveu em outros crimes, tendo respondido a um que, segundo ele, "já foi arquivado": "Se não me engano, não tem muito tempo que foi arquivado. O outro fato foi anterior a esse fato", contou.

Emoção ao ser hostilizado nas ruas

Durante depoimento, Eraldo se emocionou ao ser questionado sobre o local onde ocorreu o caso. "Com toda honestidade, eu não me recordo de coisas até de menor importância. Inclusive passei por uma situação há poucos instantes que foi difícil", disse, em meio às lágrimas.

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Tags:

homicídio involuntário investigação criminal Júri popular nordeste de amaralina polícia militar Violência Policial

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