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SALVADOR

Poesia engajada do Nordeste de Amaralina na luta por espaços no mercado editorial

Por Bruna Rocha | Agência Mural

03/09/2021 - 6:05 h
Em seus poemas, Luísa Cardoso aborda temas como feminicídio e a violência policial nas favelas, ela publica vídeos declamando no Instagram @luisa.cardoso | Foto: Bruna Rocha | Ag. Mural | 31.8.2021
Em seus poemas, Luísa Cardoso aborda temas como feminicídio e a violência policial nas favelas, ela publica vídeos declamando no Instagram @luisa.cardoso | Foto: Bruna Rocha | Ag. Mural | 31.8.2021 -

Entre saraus, lives e publicações nas redes sociais, jovens poetisas do Nordeste de Amaralina, em Salvador, buscam espaços para debater temas como autocuidado, empoderamento e o cotidiano nas periferias, por meio das suas obras.

“Encontrei no Instagram um espaço para expor meu trabalho e ele se tornou o meu ambiente, o meu lugar de fala. Lá falo sobre feminismo, palmitagem e empoderamento, porque essa é a minha vivência enquanto jovem negra periférica”, diz Luísa Cardoso, 16, poetisa e estudante do curso refrigeração e climatização industrial no Ifba (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia).

Luísa conta que o interesse por poesia começou na infância, quando começou a escrever e recitar. “Com meus 8, 9 anos, eu escrevia mensagens para a família, e aos 11, 12 já me apresentava para toda a família. Era algo que eu gostava muito de fazer”.

Redes sociais

Com o início da pandemia, Luísa resolveu fazer vídeos declamando para suas redes sociais. “Gosto de dizer que a arte já nasce com a gente e aflora esse nosso lado artista. Produzo arte porque sei que através dela sou uma pessoa mais livre”, conta.

Em alguns de seus poemas, Luísa aborda temas como feminicídio e a violência policial nas favelas, como em “Ser mulher é isso” e “O plano”, respectivamente, publicados em seu Instagram (@luisa.cardoso_).

Com cerca de 1.600 seguidores na rede social e vídeos que somam mais de 15 mil visualizações, Luísa também participou de lives e eventos no YouTube. “Participei de palestras abordando o setembro amarelo, a importância do autocuidado e sobretudo a rede de apoio familiar, junto ao acompanhamento psicoterapêutico”, diz Luísa.

Imagem ilustrativa da imagem Poesia engajada do Nordeste de Amaralina na luta por espaços no mercado editorial
Jeana Oliveira (Mona Kizola) planeja publicar seu primeiro livro com 31 poesias | Foto: Bruna Rocha | Ag. Mural | 31.8.2021

Mona Kizola

Outra referência para os jovens no bairro é Jeana Oliveira, 19, também conhecida pelo seu nome artístico Mona Kizola, como foi batizada após iniciar sua trajetória no candomblé. Multifacetada, a jovem é atriz, capoeirista, jogadora de futebol no clube Lusaca, microempreendedora, estagiária na Cipó Comunicação Interativa e, como poetisa, quer ir além das apresentações em saraus e escrever seu próprio livro de poesias.

Já escolhido, o nome da obra será Kuá Ndanji, palavras de origem bantu, que juntas significam “Pela Raiz”. “Kua Ndanji trará a minha vivência como preta, periférica, mulher e candomblecista. Tudo o que se relaciona a uma sociedade periférica e seus apagamentos”, diz Mona.

O livro deverá conter 31 poesias; 21 delas já foram selecionadas. A autora estuda agora como fará para encontrar patrocínio e editora para lançar sua publicação. Uma das poesias que fará parte do escrito é Conscientização, em que ela fala sobre frustrações e desesperanças.

“Vejo na poesia a possibilidade de desabafar, e milito nas obras, é a minha forma de ter voz e a partir dela ser escutada. Assim, posso falar por um jovem preto ou jovem preta que se sente silenciado pelo sistema”, diz Mona.

Enquanto produz, a poetisa participa de eventos. Recentemente se apresentou na live Julho das Pretas, pelo Instituto Odara, no Sarau do Coletivo Resistência Preta, e recitou na ocupação Carlos Marighella. “Tenho que colocar minha cara a tapa e falar sobre essas injustiças, porque muitos dos meus morreram em busca desse direito, preciso buscar a plenitude para os meus”, complementa.

Dentre suas principais inspirações estão Kota Gandaleci, Kalulu Ndanji e Negra Winnie, participantes de um grupo que reúne advogadas, escritores, poetas e cantores do cenário baiano. “São pessoas que me incentivam muito e acreditam em mim. Aprendo muito com eles e é um prazer poder conviver com esses seres magníficos”, pontua.

Por isso que amo a poesia, eu me vejo nela, porque posso falar quem realmente sou, minhas dores, amores, sobre o que vivo. É tão maravilhoso, isso me fará chegar a muitos lugares e quero trazer os meus comigo”.

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