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SALVADOR

Polícia desvenda morte de garota de programa

Por Helga Cirino, do A TARDE

01/10/2007 - 23:17 h

Menos de 24 horas após o assassinato a tiros da garota de programa da boate Eros Valdenize Lima de Jesus, 23 anos, a polícia solucionou o crime, madrugada de segunda-feira, 1°. A também profissional do sexo Marcele Santos Cerqueira, 20 anos, foi presa e confessou a autoria do homicídio. A complicada trama, digna de roteiro de último capítulo de novela, envolveu um comissário da infância e da juventude, que se apresentava como policial civil, outra prostituta, um motorista de ônibus e até uma sargento da Polícia Militar, apontada como amante de uma das mulheres, e foi solucionada por agentes do Serviço de Investigação (SI) da Delegacia de Homicídios (DH).

O comissário Sued Lopes Cezimba, 24 anos, a PM Doralice Alves Pereira, 23, e o motorista Christian Boente Borges, 24, também foram presos pela co-autoria do homicídio. A amiga da acusada, Ioná Leoni dos Santos, 21, que acompanhava Marcele no momento do homicídio, ainda não foi presa, mas também vai responder pela participação no assassinato. O motivo do crime assustou ainda mais: a homicida vinha se desentendendo com a vítima, que não aceitava o relacionamento dela com seu cunhado.

Agentes da DH só conseguiram identificar Valdenize, encontrada sem qualquer documento, anteontem à noite, quando a irmã dela deu uma queixa do desaparecimento no Departamento de Polícia Interestadual (Polinter). Daí se deu início a teia de informações que culminou na prisão dos acusados e esclarecimento do curioso assassinato.

Conduzida à delegacia, a familiar avisou que a irmã era garota de programa e foi vista a última vez, deixando a boate Eros, onde trabalhava no bairro da Pituba, em companhia de outras duas prostitutas a PM e dois rapazes. Um deles, Sued, se vangloriava sempre do suposto cargo de policial civil.

O que aterrorizava a mulher era o fato da irmã ter deixado o trabalho em companhia de sua inimiga, Marcele. “A presa teve um relacionamento com o companheiro da irmã da vítima, que nunca aceitou a traição do cunhado”, afirmou um agente da unidade.
Os policiais seguiram, anteontem à noite à boate Eros, onde foram informados que Marcele havia saído com a sargento da PM. Por volta das 3 horas, as duas mulheres retornaram à boate e foram presas. Levadas à DH, Marcele intrigou os policiais com a estranha trama que culminou na morte da garota de programa.

“Ela disse ter sido obrigada a matar a inimiga pelo comissário da infância e pelo motorista Christian Boente Borges”, explicou a delegada Kyomi Pimentel, plantonista da DH. Os dois rapazes foram presos logo depois. O comissário ainda tentou intimidar os policiais, dizendo ter trabalhado para dois delegados, cuja carreira é conhecida entre policiais da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e um juiz, mas a iniciativa foi inúltil.

Assassinato – Marcele contou que estava na boate Eros quando comentou com os dois rapazes que vinha tendo problemas com a vítima. Segundo contou, o comissário vinha cortejando Marcele e sugeriu que levassem a vítima para “dar um susto”. “Não sabia que quando chegássemos lá eles iam querer matar ela”, lamentou. Sob a desculpa de que iriam realizar um programa, a soldado da PM, Marcele e os dois rapazes convenceram a vítima a acompanhá-los.

Na Br-324, em um estabalecimento, Marcele e os dois rapazes simularam um assalto à vítima. “Eles queriam que a mulher pensasse que estavam fazendo aquilo com ela para roubá-la”, disse a garota de programa. Depois, todos seguiram a um terreno baldio no Centro Industrial Aratu (CIA), onde os dois rapazes resolveram obrigar Marcele a matar a rival. “Eu não queria fazer isso, mas ele disse que se não fizesse me mataria no lugar dela”, lembrou.

Armado com uma pistola, o comissário da infância teria ordenada que a soldado a entregar seu revólver calibre 38 a Marcele que atirou duas vezes contra a cabeça da vítima, já de joelhos. “A PM não sabia que eles iam me obrigar a matá-la. Eles usaram a arma da militar porque não estava registrada”, tentou inocentar a sargento.

O motivo da coação supostamente praticada pelo comissário da infância ainda é um mistério, mas a polícia acredita que todos são co-autores do assassinato. A garota de programa foi autuada em flagrante por homicídio, Sued, Christian e a PM por co-autoria no crime. A sargento também vai responder por porte ilegal de arma e foi encaminhada ao Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas.

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