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SALVADOR

Projeto de arte urbana é inaugurado no Comércio

Por Da Redação

08/01/2021 - 13:07 h | Atualizada em 08/01/2021 - 13:45
O objetivo da prefeitura é reunir uma série de obras de artes visuais a céu aberto | Foto: Betto Júnior | Secom
O objetivo da prefeitura é reunir uma série de obras de artes visuais a céu aberto | Foto: Betto Júnior | Secom -

O RUA - Roteiro Urbano de Arte, projeto da Fundação Gregório de Mattos (FGM), vinculada à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), foi entregue nesta sexta-feira, 8, na Rua da Grécia, no bairro do Comércio, com a presença do prefeito Bruno Reis. Cores e formas invadiu o bairro, com paredes grafitadas, postes, bancos, asfalto, chão e calçadas inteiras que servem de tela para os artistas participantes do projeto.

O objetivo da prefeitura é reunir uma série de obras de artes visuais a céu aberto. O projeto foi desenvolvido para o eixo de economia criativa do programa #vemprocentro, que visa transformar e dinamizar o centro de Salvador, sob a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur).

Quem passa pela Rua da Grécia, Praça da Inglaterra, Rua dos Ourives, Rua Francisco Gonçalves, Plano Inclinado Gonçalves e Plano do Pilar pode conferir mostras de obras de arte ao ar livre. As avenidas da França e Estados Unidos, além das ruas Miguel Calmon e Conselheiro Dantas, receberam novos desenhos de grafite.

Bel Borba, Vinicius S.A, Zuarte, Iêda Oliveira, Lanussi Pasquali, Ray Vianna, Ayrson Heráclito e Bigod realizaram as homenagens em diálogo com o entorno arquitetônico e com os conceitos relacionados a oito artistas homenageados: Rubens Valentin, Mário Cravo, Reinaldo Eckenberger, Mestre Didi, Carybé, Joãozito, M.B.O e Faustino.

“Este é mais um projeto importante para cultura, arte e história de Salvador. Desde 2013, a Prefeitura vem fazendo um esforço para recuperar o Centro Histórico. São 40 iniciativas desenvolvidas aqui na região, em especial no Comércio", destacou Bruno Reis, acrescentando que os investimentos superam R$300 milhões.

Caminhos da arte

As interferências que conectam a Casa do Carnaval, na Cidade Alta, ao Doca 1 (Polo de Economia Criativa) - equipamento previsto para ser inaugurada em maio no Comércio - foram concebidas para ocupar os espaços em diálogo com o entorno arquitetônico e com os conceitos relacionados aos respectivos homenageados.

O RUA teve a construção de um projeto de iluminação próprio, pensado para compor cada obra de arte, assinado por Luciano Reis. Com curadoria de Daniel Rangel, o projeto é uma produção da FGM em parceria com a Sole Produções e que envolveu, também, diversos outros órgãos municipais.

“A arte que chega de forma inesperada, sem avisar ou pedir licença, surpreendendo e revirando nosso dia. Esta é a proposta do Projeto RUA: criar obras de arte que dialoguem com a cidade e seus moradores, que resinifiquem espaços transformando o olhar que se tem sobre eles”, afirmou o presidente da FGM, Fernando Guerreiro.

Área 1 (Bel Borba homenageia Caribé) – É no Plano Inclinado Gonçalves que começa o RUA, com a instalação de Bel Borba. Trazendo uma série de murais na entrada superior do equipamento e placas instaladas nas paredes laterais, Borba homenageia o pintor nascido na Argentina, mas radicado na Bahia.

A instalação criada para o projeto, chamada “Viva Páride Bernabó”, modifica a paisagem de um cartão postal – o Plano Inclinado Gonçalves – que conecta o Pelourinho com a Cidade Baixa.

Área 2 (Ayrson Heráclito homenageia Mestre Didi) – O segundo encontro que o RUA promove é do totem criado por Ayrson Heráclito para homenagear Mestre Didi, como era conhecido Deoscóredes Maximiliano dos Santos (1917-2013). A escultura “Juntó” é uma referência ao segundo orixá das pessoas, que acompanha os orixás principais que regem as cabeças.

Área 3 (Ray Vianna homenageia Mário Cravo Júnior) – A próxima parada é numa encruzilhada onde Ray Vianna colocou Laroyê, sua escultura em fibra de vidro, com seis metros de altura, em uma representação de Exu. Laroyê homenageia o artista Mário Cravo Júnior (1923-2018), que foi um dos mais importantes escultores baianos e um grande forjador de “exus”.

Área 4 (Lanussi Pasquali homenageia Joãozito) – O momento seguinte se dá a partir da intervenção artística Jardim para Alguns Silêncios, de Lanussi Pasquali, em homenagem a Joãozito, como era conhecido o artista plástico e cenógrafo João Pereira (1966-2017). A obra é formada por poemas vazados numa estrutura de ferro, que podem ser lidos no chão da Rua dos Ourives, a depender da incidência da luz.

Área 5 (Iêda Oliveira homenageia M.B.O.) – Através de um jogo de amarelinha e de 15 cavalinhos de aço, Iêda Oliveira montou o Haras para M.B.O., uma instalação para que as pessoas reflitam sobre a presença da cultura popular em nosso dia a dia, e possam participar e interagir com as obras que estão na Praça da Inglaterra. A artista acredita que o projeto RUA requalifica o Comércio e está especialmente feliz por poder homenagear seu pai, o artista naif Manoel Bittencourt de Oliveira (1930-2018).

Área 6 (Zuarte homenageia Reinaldo Eckenberger) – Ainda na Praça da Inglaterra, o projeto Maternos reúne um conjunto de cinco esculturas em fibra de vidro e resina poliéster que o artista plástico Zuarte Júnior criou homenageando o artista Reinaldo Eckenberger (1938-2017).

O Maternos é baseado na última fase de produção do artista nascido na Argentina, do que ele chamou de Esquitshofrenia – uma combinação das palavras Esquizofrenia e Kitsh, criando objetos híbridos, bibelôs estranhos, a partir da cerâmica e de objetos kitsch. Zuarte se apoia nessa carga do artista e na nossa cerâmica popular, como sustentáculo para as esculturas.

Área 7 (Vinícius S.A. homenageia Rubem Valentin) – Lâmpadas cheias de água simulam uma chuva suspensa no ar e convidam o público a uma interação lúdica. A exposição “Lágrimas de São Pedro” já passou pela Alemanha, EUA, capitais brasileiras como Recife, Curitiba, Brasília, Rio de Janeiro e, agora em Salvador, pode ser vista na Rua da Grécia.

Área 8 (Bigod e o Conexão Grafite) - Conectando todo o circuito RUA, o artista visual e grafiteiro Bigod criou o “Conexão Grafite” e espalhou por todo o trajeto grafites em postes, bancos, piquetes, em diálogo com todas as obras e seus conceitos dando a todo o caminho a ludicidade e gritando criatividade.

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