SALVADOR
Protocolo inédito reforça combate à exploração sexual na Bahia
Empresários baianos ressaltam o que estado faz para enfrentar casos de abuso
Por Madson Souza
Os casos de exploração sexual infantil cresceram 24,1% no país de 2022 para 2023, conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Para combater essas violências, o Ministério do Turismo reforça a importância da adesão das empresas ao Código de Conduta do Brasil, política que busca prevenir tais crimes. Fontes do setor de hotelaria ressaltam o que já é feito no estado nesse sentido e reforçam a importância da iniciativa.
Na prática, o programa possui diretrizes que as empresas devem seguir e disseminar entre seus funcionários e parceiros comerciais sobre o tema. Uma das orientações do Manual do Multiplicador, que traz as diretrizes do Código para os prestadores de serviços do setor de turismo, é “impedir o ingresso de crianças e adolescentes em estabelecimentos de hospedagem desacompanhados dos pais, do tutor ou do responsável e na companhia desses exigir comprovação de vínculo”.
Além dos hotéis
O diretor de turismo da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Márcio Franco, ressalta que essa é uma iniciativa que vale para todos os setores. “As pessoas precisam, de fato, serem vigilantes (...). É preciso que isso seja feito em todos os setores. Na van que transporta o turista, ou na lancha que transporta o turista, ou no restaurante que recebe o turista. É preciso uma vigilância contínua de vários atores”, explica.
Outras diretrizes do Manual do Multiplicador, presente no site do Código incluem a capacitação de funcionários para o enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes no contexto do turismo; denunciar às autoridades qualquer fato ou suspeita de exploração sexual dessa população; e fornecer sempre que solicitado dados sobre as ações do programa e resultados delas ao Ministério do Turismo.
“O Código de Conduta tem como objetivo que as empresas do setor do turismo assumam os compromissos e atuem como agentes multiplicadores, visando a uma ampla mobilização por um objetivo comum: cuidar das crianças e adolescentes. É uma política que busca envolver os prestadores de serviços turísticos, parte essencial do sucesso na prevenção contra exploração sexual de crianças e adolescentes”, reforça o ministro do Turismo, Celso Sabino.
Adesão ao Código
A empresa interessada em aderir à iniciativa precisa se cadastrar no Cadastur - sistema do Ministério do Turismo - e assinar o Termo de Compromisso, que é feito no Sistema de Monitoramento do Código de Conduta. No site do Código também está o Manual do Multiplicador, com as diretrizes da iniciativa.
Também está disponível o curso EaD do Código de Conduta, além de podcasts com informações e dados sobre o tema. Vale ressaltar que denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes ou qualquer violação dos direitos humanos pode ser feita através do Disque 100.
Ações na Bahia
Na Bahia, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Regional Bahia (ABIH-BA) distribui folders e cartazes para os parceiros da organização atentando para os crimes de exploração sexual contra crianças e adolescentes. O presidente da instituição, Wilson Spagnol, reforça a importância da ação do Governo Federal.
“A iniciativa não nos pega de surpresa, porque nós temos sido exemplo há muitos anos. É uma iniciativa que nós vamos estimular, porque é algo importante para proteger de forma permanente nossos jovens e adolescentes. É uma forma de comunicar aos agentes do turismo, dar consciência acerca do tema”, comenta Wilson.
O presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação da Bahia (FeBHA), Silvio Pessoa, conta que a distribuição de folders para os associados e indicação de treinamentos para os funcionários das empresas parceiras da federação ficarem atentos a esses crimes são práticas comuns da organização.
Para Jean Paul Gonze, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens da Bahia (ABAV), a iniciativa é importante também por conta da forma como o país é visto lá fora. “Há muito tempo que as pessoas vêm pensando que realmente o Brasil é um país de turismo sexual e não é. É uma ação positiva porque realmente a gente já está ficando com uma fama muito ruim em relação à exploração sexual. Já estamos passando essa direção para os nossos parceiros, de seguirem essas diretrizes”.
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