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SÃO JOÃO

Quadrilhas juninas mantêm tradição centenária da festa

Espalhadas por diversos bairros da capital, quadrilhas resistem ao tempo

Por Priscila Dórea

02/06/2024 - 7:00 h
Imagem ilustrativa da imagem Quadrilhas juninas mantêm tradição centenária da festa
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O que melhor traduz a animação e a riqueza dos festejos de São João do que as quadrilhas juninas? “Paixão é o que envolve e move todos que participam das quadrilhas. É tradição, é cultura, é algo de dentro da gente”, afirma o presidente da Federação Baiana das Quadrilhas Juninas (FEBAQ), Carlos Brito. Há 40 anos trabalhando com quadrilhas juninas, Carlos, que já teve a sua própria junina, fundou a FEBAQ junto a outros quadrilheiros há cerca de 20 anos com o objetivo de cuidar de todas as outras. “É um trabalho que motiva, rejuvenesce e que ajuda a manter viva essa tradição centenária”, afirma.

Há 35 anos dançando quadrilha, a quadrilheira Edleusa Silva Santos afirma estar muito feliz em voltar ao mundo junino com a quadrilha Buscapé, do Engenho Velho de Brotas. “Faz 23 anos que a Buscapé parou suas atividades, e nesse meio tempo, participei de outras incríveis juninas. Contudo, tem sido uma grande satisfação participar dessa volta da Buscapé, ainda mais de forma itinerante! Vamos mostrar para a população de Salvador que as quadrilhas juninas não são só para turistas, mas para a comunidade também”, explica.

Sob o tema “Cordel Itinerante - Quem conta um conto aumenta um ponto”, em 2024, a Buscapé está se apresentando com 40 casais por seu bairro e entorno, divulgando a cultura das juninas. “Mediante a conjuntura atual, estamos praticamente aprendendo como as quadrilhas do hoje se apresentam e se organizam, mesmo que sejamos uma quadrilha antiga. Então criamos esse projeto itinerante e estamos com as melhores expectativas. Queremos mostrar que a Buscapé está de volta, mas também queremos convidar os jovens a conhecerem esse mundo”, afirma o presidente da Buscapé, Cleber Borges.

Quem também está voltando depois de um tempo parada (sua última participação foi em 2018) é a Capelinha do Forró, do bairro de São Caetano. O recomeço, afirma o diretor e preparador de destaques da junina, Ícaro Vitor, é sempre mais difícil que o começo, “mas o amor e a resistência do movimento junino nos fez retomar com a garra e potência que sempre foram a marca da Capelinha do Forró. Em 2024 nosso tema é “A Farsa da Boa Preguiça” e vamos levar todos para viajarem no mundo de Ariano Suassuna”, explica Ícaro.

Viagem rica

E o próprio mundo das quadrilhas juninas já rende uma longa e rica viagem. A FEBAQ tem hoje cerca de 200 quadrilhas associadas espalhadas pela Bahia. “Mas há muitos municípios que ainda não visitamos, então claro que existem bem mais. Temos feito um trabalho árduo para tentar alcançar mais desses grupos culturais que mantêm essa história e tradição vivas, e garantir que elas tenham todo o apoio que precisam”, afirma o presidente da FEBAQ, Carlos Brito, que vem defendendo um projeto de lei que reconhece e incentiva as quadrilhas juninas de Salvador, e tem levado essa proposta também para outras cidades.

“Os mais jovens, sobretudo as crianças, são a base para prosseguir com essa tradição. É importante fazer com que elas conheçam as quadrilhas e sintam todo o amor que envolve o grupo e um pouco do gostinho das quadrilhas juninas”, afirma a presidente da Forró do ABC (Pau Miúdo), Mariete Correia. A junina, que este ano se apresentará com o tema “Zambiapunga: a artimanha nordestina de lidar com a morte”, possui integrantes que vão dos três aos 70 anos. “Muitos quadrilheiros trazem os filhos nos ensaios, então, por que não incluí-los? Eles não participam das coreografias, mas entram na parte teatral e já crescem amando esse mundo”, conta Mariete.

É comum que todos os quadrilheiros sejam voluntários e, geralmente, do bairro onde a quadrilha nasceu. Com grupos que podem ultrapassar 120 integrantes, os ensaios começam, em média, oito meses antes, com música, tema, figurinos, adereços, cenários e tudo o mais, sendo organizados durante esse tempo. Além, claro, do trabalho social que muitas delas fazem, como é o caso da quadrilha mirim Forró do Luar, de Massaranduba, que este ano se apresenta sob o tema “Isso é lá com Santo Antônio!”.

Correria

“Fazemos teatro, apresentações em igrejas e outros eventos, tudo para mostrar para eles, e também para os pais e mães, que a quadrilha é o ponto principal, mas há muitas outras atividades sendo realizadas. Isso também nos ajuda a recolher doações para que as atividades sejam feitas”, conta o vice-presidente da junina, Anderson Dias. Grande parte das quadrilhas juninas não possuem patrocínio e precisam contar com o apoio e doações de terceiros, mas todo ano é uma grande fogueira que precisa ser pulada.

“Sempre estamos na correria para conseguir fazer acontecer, pois é apenas um ou outro que entende a dificuldade. Mas entendemos também, pois a comunidade em si tem suas dificuldades. Pais fazem rifas, criamos campanhas nas redes sociais e temos alguns padrinhos que sempre nos ajudam”, conta Anderson. Uma dessas pessoas é a representante comercial Marlene Passos Gesteira, que auxilia a junina por meio de festas, bingos beneficentes e rifas, ações que são abraçadas por sua família, amigos e vizinhos do Condomínio Piatã Ville, onde a primeira apresentação do ano da junina aconteceu ontem (1º).

“Sem estas parcerias e ajuda, jamais conseguiria me dedicar. Sou muito grata a todos, pois as quadrilhas são o legado das Festas Juninas, uma tradição do Nordeste que se revela através da dedicação dessas lindas e adoráveis crianças”, afirma Marlene. Mas enquanto os quadrilheiros com idades de 5 a 15 anos da Forró do Luar são muito jovens para participar das grandes competições, outras quadrilhas vêm se preparando para os concursos desde o ano passado.

Uma delas é a Imperatriz do Forró, vice-campeã estadual em 2023, que, sob o tema “A Volta do Rei”, busca o primeiro lugar em 2024. “Começamos a ensaiar em setembro do ano passado e estamos prontos. Com 120 membros, hoje somos uma das maiores quadrilhas da Bahia. A campeã do ano passado não irá competir em 2024, então todos estão de olho na Imperatriz e nós estamos indo com tudo”, afirma o presidente e diretor artístico da Imperatriz do Forró, Armany Celebridade.

E a concorrência será grande. No Grupo Especial, junto com a Imperatriz do Forró e sob o tema “Santos de Casa - Brinquedos de rua, fé, festas e crenças de cada dia”, a junina Asa Branca e seus 32 anos de história está preparada para a temporada. “Sempre gostei muito das festas de São João, então é um sonho participar de algo que via pela televisão. Estou muito feliz por fazer parte dessa tradição tão bonita do nosso Nordeste e, claro, nossa apresentação está incrível. Vamos com tudo nas competições”, garante a quadrilheira da Asa Branca, Emily Naomi, que estreia nos concursos este ano.

Festejos na ‘capitá’ já começaram

Os festejos juninos da capitá baiana já começaram! Com 25 dias de programação - de 1º de junho até o dia 25 -, a festa de São João de Salvador organizada pela Prefeitura de Salvador no Centro Histórico teve início ontem com Gerônimo Santana na Escadaria do Passo com o show especial “Gerônimo o herói do sertão e a saga do forró”. A programação se divide em dois circuitos oficiais: o "Prá Lá de Bão", que é musical e gratuito, e o "Pra Ficá Mió", realizado pelos bares, restaurantes e lanchonetes participantes da "Rota Sabores do Interior".

As quadrilhas juninas, claro, marcam presença na Praça da Cruz Caída nos dias 22, 23 e 24 de junho. Os shows de forró pé-de-serra começam no próximo dia 9 no Largo do Santo Antônio Além do Carmo, e a partir do dia 10 os shows acontecem também na Estação de Forró São João, no Largo do Cruzeiro do São Francisco. E logo mais, a partir do dia 13, o forró chega no Coreto Dona Flor, no Largo do Pelourinho - confira a programação completa no: @saojoaodocentrohistorico. E falando em música… O Governo do Estado preparou 12 dias de festa gratuita em Salvador!

Os shows serão de 13 a 15 de junho, de 21 a 24 de junho e de 28 de junho a 2 de julho, e acontecem em três pontos da cidade: Parque de Exposições, Pelourinho e Paripe. Além das atrações nacionais e regionais - com nomes como Luan Santana, Ana Castela, Simone Mendes, Maiara e Maraísa, Heitor Costa, Wesley Safadão, Luiz Caldas, Daniela Mercury, Bell Marques e muitos outros -, o Governo do Estado ainda promoverá na capital baiana eventos culturais em bibliotecas e centros sociais urbanos.

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Tags:

cultura nordestina dança folclórica Festas juninas Quadrilhas Juninas São João tradições brasileiras

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