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Recusa pela doação de órgãos cresceu 10%

Bruno Brito*

Por Bruno Brito*

03/09/2021 - 9:00 h | Atualizada em 03/09/2021 - 9:10
Juliana Caldas é Coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos do Hospital São Rafael
Juliana Caldas é Coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos do Hospital São Rafael -

Em meio à comemoração do Setembro Verde, em que se incentiva a doação de órgãos, os especialistas alertam para a importância da iniciativa e do diálogo sobre o tema, sobretudo porque, em meio à pandemia, a recusa pela doação de órgãos aumentou cerca de 10%. Atualmente, 1.964 pessoas estão na fila de espera na Bahia, aguardando por fígado, rim ou córnea, segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

De acordo com dados da pasta, entre janeiro de agosto deste ano, foram realizadas 68 doações de múltiplos órgãos. O número, no entanto, é menor que o registrado em 2020 e 2019, quando ocorreram, respectivamente, 85 e 111 doações. Já a doação de córnea foi de 255 este ano, contra 228 em 2020, e 510 em 2019.

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Dentre as pessoas que aguardam na fila em 2021, 22 precisam de um fígado, 1.049 de um rim, e 893 de córnea. De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes da Bahia (CET), América Carolina Brandão de Melo, o aumento de recusas de doação de órgãos no Brasil pode ser atribuído ao momento pandêmico que tornou mais difícil os vínculos entre profissionais de saúde e as famílias.

"A gente teve um aumento na negativa de mais de 10%, desde que se instalou a pandemia. Nós não paramos a doação de órgãos, com exceção da córnea, por determinação do Ministério da Saúde. Tivemos tanto o aumento da negativa quanto os doadores que estavam com Covid e tinham que ser descartados", contou.

Para quem está na fila por um órgão, como Jilvânia Santos Garcês, 45 anos, que está aguardando por um rim há dois meses, a população ainda continua carente de informações sobre a doação de órgãos. "Comemorei muito quando entrei na fila, foi como se tivesse encontrado o doador. Comemorei porque vi na fila uma esperança, uma oportunidade de voltar a fazer o que sempre fazia", contou.

De acordo com ela, que é paciente renal crônica, todos os dias são de intensa expectativa. "São momentos de tensão a cada vez que o meu celular toca, pois tenho muita esperança. São quatro meses de luta e sofrimento. Eu tenho muita fé em Deus e acredito que vou ser agraciada", disse.

Segundo a Sesab, em 2021 já foram realizados entre janeiro e agosto 26 transplantes de fígado, contra 18 em 2020 e 27 em 2019. Já no transplante de rim, foram realizados 147 neste ano, contra 155 no ano passado e 140 em 2019. Por fim, foram 248 transplantes de córnea em 2021, contra 170 no ano passado e 455 em 2019.

Tabu

Coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos do Hospital São Rafael, Juliana Caldas acredita que diversas dificuldades são enfrentadas, sobretudo porque se trata de um tema relacionado à morte. "Não adianta deixar testamento ou deixar carta. Então, se você quer doar, fale com sua família. A cada dez familiares que entrevistamos sobre a doação, cinco negam. Quando vamos perguntar quem receberia um órgão, a maioria diz que receberia se precisar. Mas, quando perguntamos quem doaria, quase ninguém diz que sim", destacou.

*Sob a supervisãoda editora Meire Oliveira

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