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SALVADOR

Religião

Por JORNAL A TARDE

22/01/2006 - 0:00 h

Início do ministério de Jesus em Cafarnaum



Pereira de Sousa




O evangelho deste domingo conta-nos milagre da expulsão de um espírito imundo dum pobre que estava na Sinagoga e falava contra Jesus: que queres? Vens para nos perder! E denunciava Jesus como Santo de Deus. Jesus impôs-lhe silêncio e que saísse do pobrezinho. Não que o diabo falasse impropriedades sobre Jesus, eram inoportunas, pois Jesus queria pregar o reino de Deus sem muito alarido. Mas não deixava de operar milagres que a todos os humanos, que os presenciavam, se impunham e transpunham as fronteiras da Galiléia.



Foi assim: Jesus e os discípulos entraram em Cafarnaum e, num sábado, foram à Sinagoga e Jesus ali ensinava. Ficavam extasiados com o ensino de Jesus, pois ensinava com autoridade e não como os escribas, anota S. Marcos (Mc. 1, 22). No meio da pregação, um homem possuído do espírito impuro gritava: que queres conosco, Jesus Nazareno? Vieste para nos perder? Sei quem és tu, o santo de Deus (Mc. 1, 24). Jesus, porém, o conjurou severamente, cala-te e sai dele. Então, o espírito, sacudindo-o violentamente e soltando um grito, deixou-o (Mc. 1, 26). Evangelho de simplicidade encantadora a de verdade absoluta.



Este episódio serviu para que o nosso Pe. Quevedo negasse diante da comunidade atônita, reunida no auditório do Salette, a existência do demônio. Repetiu a mesma heresia em S. Paulo, e o cardeal Arns proibiu que Pe. Quevedo exercesse o ministério. Humilde, aceitou o castigo e foi servir de chofer no Colégio dos Jesuítas, perto da Avenida Paulista. Disse ele, aqui em Salvador, o demônio não existe, só faltava pregar a natureza de Jesus. Não, o demônio jamais diria que Jesus era o Santo de Deus. Na hora, olhei espantado para um sacerdote, que estava ao meu lado, e me segredou: é isso mesmo, ele tem razão, o demônio não admitiria Jesus como enviado de Deus. Estarrecido fiquei e não disse protesto para não aumentar a confusão, além de que não tive coragem de bradar que o Evangelho é inspirado e histórico. Além disso, noutros pontos do evangelho e na pregação dos Apóstolos, a existência do maligno é sempre atentada. Vejam S. Pedro: “Sede sóbrios e vigilantes. Eis que o vosso adversário, o diabo, vos rodeia como um leão rugidor, procurando quem devorar (1. Pe. 5, 8), e relembre-se o Apocalipse todo, sobretudo os capítulos 12 e 13, além de inúmeras passagens da sagrada Escritura. Mas não quero insistir na existência do demônio, pois é doutrina conhecida de todos. Desejo, sim, vincar a beleza do que a assistência da Sinagoga disse ao ver o poder de Jesus tanto na pregação quanto na expulsão do espírito impuro. Dialogavam entre si: que é isto? Um novo ensinamento com autoridade e até mesmo aos espíritos impuros dá ordens e eles lhe obedecem. Os assistentes ouviram Jesus e viram o milagre, e a fama de Jesus espalhou-se por toda a região. Marcos conta o que se passou. Todos viram o poder de Jesus e se admiravam os ensinamentos superiores e se sentiram atraídos por esse Jesus que mandava sobre os próprios demônios. Se nós não admitimos a veracidade dos evangelhos, somos um bando de imbecis que vamos atrás de baboseiras de saltimbancos que têm a petulância de fugir da verdade pura e simples.



Contribuição espírita à saúde – 2ª parte



André Luiz Peixinho




No artigo anterior, refletimos a respeito do potencial das idéias espíritas na solução dos problemas de saúde. A viabilidade dessas idéias depende de algumas providências, a começar pela organização de espaços e atividades ainda inexistentes ou incipientes no movimento espírita. Merecem destaque:



A criação de um centro de estudos das contribuições espíritas em saúde. Ao longo de um século e meio de reflexões, vivências pessoais, comunicações mediúnicas e alguns experimentos relevantes, acumulou-se um grande volume de textos que merecem uma análise sistemática seguida de uma síntese das principais respostas às questões da saúde em geral, a exemplo de conceito sobre saúde e doença, etiopatogênese, princípio das práticas terapêuticas, significado do adoecer, etc. Há uma vasta literatura clássica e contemporânea que poderá ser consultada, tais como a série de livros mediúnicos de André Luiz, a obra do psiquiatra Dr. Jorge Andréa, as produções de Bezerra de Menezes e Inácio Ferreira quando encarnados, as biografias de Arigó, o livro de Ranieri intitulado Forças Libertadoras, textos selecionados de Emmanuel em O Consolador, algumas publicações da série psicológica de Joanna de Ângelis, livros de Manoel Miranda, apenas para recordar os mais conhecidos. Para facilitar este estudo, dever-se-á construir um questionário sobre as perguntas fundamentais em saúde, a ser utilizado pelos participantes nas suas pesquisas bibliográficas, permitindo uma rápida sistematização das respostas.



Subseqüentemente, este centro de estudos deve se dedicar à permuta de informações com representantes de diferentes abordagens em saúde, para conhecimento dos seus modelos de compreensão do binômio saúde-doença, e realização de estudos comparados, em busca de uma teoria geral do fenômeno em foco, capaz de aproveitar cada contribuição particular, hierarquizando-as numa escala evolutiva de complexidade crescente. Assim, manteremos contato com vários círculos de pensamento em saúde, tais como: homeopatia, antroposofia e dianética; medicinas psicoespiritual, ayurvédica, psicossomática e vibracional; naturopatia, alopatia, integração psicofísica, biossíntese, entre outras. Um trabalho adicional será constituir sistemas de observação que permitam discernir qual a abordagem mais eficaz em cada circunstância de vida de cada pessoa. Naturalmente, tais modelos deverão ser testados e validados utilizando-se de ferramentas metodológicas coerentes com as variáveis neles presentes.



A constituição de um grupo interexistencial de pesquisa. Acreditamos, por experiência e relatos da literatura, que a mediunidade pode ser uma faculdade a ser trabalhada no sentido de reduzir as barreiras da comunicação entre cientistas encarnados e desencarnados. Na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, Allan Kardec freqüentemente dialogou com entidades que possuíam bagagem intelectual elevada quando estavam investidos do corpo físico, discutindo, às vezes, as teorias que os mesmos criaram quando na Terra. Depois dele, muitos autores registraram orientações para pacientes, curas mediúnicas e prognósticos na bibliografia pertinente de forma assistemática. A maioria das instituições espíritas realiza reuniões de desobsessão utilizando-se da mediunidade para a atuação terapêutica. A falta de hábito de investigação, conforme preconizou Allan Kardec utilizando alguns parâmetros de validação científica, tem deixado no anonimato experiências riquíssimas em matéria de diagnóstico e terapêutica. Além disso, cristalizou-se uma cultura em que o serviço em nome do bem é contrário à investigação, pois a mesma cria um clima de suspeição diante do fenômeno. Isto pode ser superado constituindo-se grupos específicos de pesquisa, sem julgamentos morais sobre os erros e acertos da prática mediúnica, aperfeiçoando-a através de testes sistemáticos. Assim, em tempo não previsível, estaremos com uma equipe de pesquisadores, originários dos dois lados da existência, acelerando o surgimento de descobertas.



Um espaço terapêutico transdisciplinar. À medida que o conhecimento vai sedimentando-se, é necessário aplicá-lo adequadamente num ambiente construído em função deste saber. Aí se desenvolverão todas as práticas terapêuticas pertinentes, realizando integrações preliminares das mesmas, conforme o estágio de desenvolvimento do saber até alcançar a mais ampla transdisciplinaridade, envolvendo tanto os saberes produzidos como os revelados, todos com prévia validação pelo crivo da razão e da experimentação.



É claro que tais propostas exigem tempo profissional, formação científica adequada, desenvolvimento ético e espiritual, qualificação mediúnica e naturalmente investimento financeiro. Assim se desenvolve qualquer saber; e como o Espiritismo se propôs a ser ciência, filosofia e religião, é natural que exija mais dedicação. Estes óbices poderão ser superados se constituirmos grupos de trabalho criativos e dedicados. E eles já começam a despontar sob a égide da Associação de Medicina e Espiritismo da Bahia. Se você é um profissional interessado no tema, envie uma mensagem para [email protected] e obterá maiores informações.



André Luiz Peixinho é presidente da AME-BA

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