Retrospectiva 2006: Confira o que foi notícia este ano

O leitor que acompanhou o A Tarde On Line durante o ano não perdeu um detalhe do que foi notícia na Bahia, no Brasil e no Mundo em 2006. Mesmo assim, a partir de agora, poderá lembrar dos fatos mais marcantes.



Na Bahia o abre alas do ano foi a surpreendente e meteórica trajetória do Padre Pinto, então pároco da Lapinha. José Pinto chamou atenção de todo o país com uma aparição na Festa de Reis que culminou com uma peregrinação por programas de auditório e seu desligamento da Igreja Católica. No Carnaval, a presença inédita de Fatboy Slim com sua música eletrônica deu outra cor à folia na capital. Os irlandeses da banda U2 também estiveram por aqui, mas só para conhecer de perto a festa.



Nas urnas, Lula reelegeu-se presidente da República ao derrotar o tucano Geraldo Alckmin em um ambiente de bastante disputa, que envolveu denúncias de ambos os lados. Mas a maior surpresa do processo eleitoral, sem dúvida, foi a vitória de Jaques Wagner na eleição para governador da Bahia. O petista desbancou o atual governador, Paulo Souto, e o domínio de 16 anos do PFL no estado.



No esporte, um ano de despedidas. André Agassi abandonou o tênis depois de uma carreira vitoriosíssima. Já Michael Schumacher, o mais vitorioso piloto da F1, abandonou as pistas após uma emocionante corrida no Brasil, vencida pelo paulista Felipe Massa. A mesma decisão foi tomada pelo nadador australiano Ian Thorpe. Surpreendente, pois ele tem apenas 24 anos. Por aqui, o pugilista Acelino “Popó” Freitas anunciou que penduraria as luvas. Mas, voltou atrás e deixou a questão em aberto.



Enquanto isso, a seleção brasileira se consagrou conquistando o segundo mundial consecutivo, coroando a atual geração como uma das melhores de todos os tempos. Estamos falando das quadras, com o nosso time de vôlei. Nos gramados, o Brasil amargou uma decepcionante eliminação na Copa da Alemanha que marcou o fim de uma geração.



Em campo, a Itália se sagrou tetracampeã ao derrotar a França nos pênaltis. No entanto, a imagem histórica desta Copa não foi a do capitão italiano Canavarro erguendo a taça, mas a cabeçada do craque Zinedine Zidane no zagueiro Materazzi. Assim terminou a carreira de um dos maiores craques da história.



Nos gramados da Série C, o Vitória fez a festa da torcida e conseguiu o passaporte para voltar à segunda divisão. Já o Bahia amargou a permanência no andar de baixo do futebol brasileiro e sua torcida foi às ruas, em um protesto inédito, pedir mudanças na direção do clube.

Fora de campo o futebol brasileiro ainda perdeu um de seus maiores nomes: o mestre Telê Santana. A poucos dias da Copa do Mundo, onde estava para cobrir o evento, outra má notícia. O humorista Bussunda deixou o país mais triste, falecendo aos 43 anos, vítima de uma parada cardíaca.



O ano também foi marcado por muitas perdas para a dramaturgia nacional. Nos deixaram Cléa Simões, Nelson Dantas, Ariclê Perez, George Savalla (O Palhaço Carequinha), Raul Cortez, Gianfrancesco Guarnieri, Irving São Paulo, Jece Valadão e Braguinha.



A violência no Rio de Janeiro continuou proporcionando cenas de guerra civil. Uma de suas vítimas foi Rodrigo Netto, guitarrista da banda Detonautas, assassinado dentro de seu carro.

Na última semana, o Rio foi envolvido ainda por uma onda de violência que resultou em 11 ônibus incendiados e 18 mortos.



Em São Paulo os ataques do PCC levaram pânico à população de todo o estado e colocaram em xeque, de uma vez por todas, a segurança pública no Brasil. Ainda em São Paulo, Suzane von Richtofen e os irmãos Cravinhos foram julgados e condenados. No entanto, outro crime passional foi notícia. Dessa vez a vítima foi o Coronel Ubiratan – responsável pela chacina do Carandiru, em 1992.



No Haiti, as tropas brasileiras que lideram a missão de paz da ONU sofreram um revés com o suicídio de seu comandante, o general Urano Bacellar. Depois de muita confusão e três adiamentos, os haitianos foram às urnas e escolheram René Préval para presidente, após uma tumultuada eleição.



Na música os dois maiores compositores do país lançaram discos de músicas inéditas pondo fim a um hiato. Primeiro Chico Buarque apresentou “Carioca”, depois foi a vez de Caetano Veloso, com “Cê”. Mas perdemos uma lenda da nossa música. Maestro da revolução tropicalista, Rogério Duprat faleceu aos 74 anos. Outros nomes também lendários nos deixaram: Billy Preston, pianista que tocou com os Beatles; Syd Barret, fundador do Pink Floyd; o maestro francês Paul Muriat, e um de seus mestres mais carismáticos e controversos, o pai do soul, James Brown



No ano em que se completou 100 do vôo histórico de Santos Dumont e seu 14-bis, Marcos Pontes tornou-se o primeiro brasileiro a ir ao espaço, passando uma semana na estação espacial internacional. Mas foi uma tragédia que marcou a aviação nacional. O acidente de um Boeing da Gol e um jato Legacy provocou a morte de todos os 154 ocupantes do Boeing, resultando no maior desastre da história da aviação brasileira. O acidente expôs todas as falhas e problemas existentes no comando da aviação civil provocando caos nos aeroportos brasileiros.



O outono dos patriarcas - 2006 foi o ano em que, coincidentemente, muitos patriarcas conheceram seu outono, como no livro do escritor Gabriel García Márquez. A imagem do senador Antônio Carlos Magalhães, curvado após a derrota de seu partido nas urnas, ilustra este momento melhor do que quaisquer palavras. E não foi só ele. De todo poderoso a subjugado, Saddam Hussein foi condenado à forca e executado no dia 30 de dezembro, praticamente nas últimas horas do ano.



Slobodan Milosevic, homem que levou a Iugoslávia a fragmentar-se numa guerra terrível, morreu na cadeia em Haia, Holanda. O ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner, que comandou a mais longa ditadura sul-americana, morreu em Brasília, onde estava exilado desde 1989. Em Cuba, um debilitado Fidel Castro submeteu-se a uma cirurgia e entregou ao irmão o cargo que ocupava desde a revolução de 1959. No fim do ano, Augusto Pinochet, ex-ditador do Chile e símbolo maior da repressão política na América Latina, morreu aos 91 anos de idade.



E o outono se espraiou até pelo esporte. Dois dos mais conhecidos patronos do futebol brasileiro faleceram. Eduardo Vianna, o popular Caixa D´água, no Rio, e Nabi Abi Chedid – eterno vice-presidente da CBF – em São Paulo.