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SALVADOR

Roteiro de passeios não faltam ao turista

Por Kleyzer Seixas

05/08/2006 - 15:54 h

Engenhos do século XVIII e XVII, casarões históricos, fortes, museus, ateliês, riachos, igrejas barrocas, engenhos e casa de farinha. Quem vai a Cachoeira no final de semana para participar das homenagens a Nossa Senhora da Boa Morte, pode aproveitar o grande leque de opções turísticas que a cidade oferece.



O visitante vai se deparar com uma cidade que, vista do alto, parece uma maquete. Nas ruas de pedras, carroças, burros e moto-táxis fazem o transporte de moradores do município. Durante o dia, jovens sobem e descem as ladeiras, senhoras caminham com trouxas de roupas na cabeça, pais carregam os filhos pequenos nos ombros.



Os roteiros para os passeios são variados. As atrações ficam por conta das igrejas e casarões históricos, a maioria erguida no início do século XVIII. Há também procura por terreiros de candomblé e vale a pena investir em um passeio de barco pelo rio Paraguaçu, onde é possível visitar ilhas fluviais próximas aos distritos de Nagé e Coqueiros, casa de farinha, engenho de açúcar. Uma escuna para 40 pessoas sai por R$ 300.



Religião - Se a intenção for espiritual, o passeio pelo município não será completo sem a visita a um terreiro. As casas de candomblé [são catalogadas somente na região de Cachoeira e São Felix mais de 30] são os lugares mais procurados por turistas que se deslocam até o histórico município tombado em 1971 pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional.



Lá, é possível encontrar terreiros praticamente em cada esquina. O mais famoso na cidade é a Zoagodô Bogum Male SeJaumdê, mais antigo da nação jeje em Cachoeira, localizado na Ladeira do Benjamin Constâncio. Na mesma rua, está o terreiro de Justo. Ambos permanecem abertos todos os dias..



Com mais de dez igrejas, não é difícil encontrar terreiros de candomblé ao lado de basílicas em Cachoeira. Ao lado da igreja do Rosarinho, atualmente em reforma, está outro famoso terreiro na cidade: Ilê Axé Koió Oxum, que pertenceu à Dona Baratinha e hoje recebe os cuidados da sua filha, Mãe Preta. O Nobalekun também fica próximo a prédios de culto à religião católica, atrás do templo do Monte.



O roteiro de terreiros é ideal para quem está em busca do turismo étnico. É a preferência dos afro-descendentes norte-americanos que desembarcam na cidade do Recôncavo especialmente para conhecer melhor a história dos africanos trazidos como escravos para o Brasil e que deixaram de presente o candomblé, as inclinações para os festejos profanos e a culinária.



Cada turista norte-americano consome, em média, cerca de 100 dólares por dia na cidade. No valor estimado, estão fora os gastos com hospedagem e transporte. “É o melhor consumidor que vem para a cidade, mas, pelo visto, parece que não há incentivo para eles visitarem o Estado”, comenta o guia Roberto Mercês.



Arquitetura - Formada por mais de 300 prédios históricos, Cachoeira é o município que reúne o mais importante acervo arquitetônico no estilo barroco na Bahia, depois de Salvador.



As edificações preservam a imagem do Brasil. Casas, igrejas, prédios históricos ficam localizados em becos, vielas, praças e ladeiras. Muitos dos casarões estavam em ruínas, mas passaram por restaurações há dois anos, pelo Programa Monumenta, do Ministério da Cultura, e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).



Com características medievais e missionárias, a pequena Capela da Ajuda foi a primeira a receber reparos. Passar pelo local é importante para conhecer um pouco mais sobre a história da cidade, que se formou aos arredores da capela, devido à construção de um engenho de cana-de-açúcar.



A capela foi erguida entre 1595 e 1606 por um fidalgo português, 87 anos antes de a cidade ser elevada à condição de Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira. O local também foi sede da Irmandade da Boa Morte, que atualmente tem sua sede na Ledeira D’Ajuda.



O conjunto do Carmo é outro importante casarão. Construído em 1702 , é integrado pela Igreja de Nossa Senhora do Rosário e Casa de Oração da Ordem Terceira. A sua fachada é em estilo barroco, com corredores laterais, comum nas igrejas matrizes. O claustro do convento é rodeado por colunatas e reúne trabalhos em talha dourada e imagens com influências orientais.



Museus - O conjunto do Carmo passa por reforma e vai abrigar um museu de peças sacras, que ficará aberto à visitação de segunda a domingo. O roteiro de visitas a museus inclui ainda o Museu do Recôncavo, na Rua 25 de Junho, o Arquivo Público, na Rua 13 de maio, e o Hansen Bahia, também na 13 de maio.



Todos eles abrem diariamente para receber os visitantes. O primeiro abriga informações, documentos, registros sobre a historia da cidade, além de fotografias e exposições de artistas locais. O Arquivo Público conta com um acervo histórico de fundamental importância para o registro da historia da Bahia. Cartas de alforria, documentos de terras e outros registros estão nos arquivos.



O Hansen Bahia possui cerca de cinco mil peças do artista do gravador alemão, que escolheu a Bahia para viver. No local, estão reunidos as obras Via Crucis [telas de óleo sobre Eucatex, do ano de 1971], Cavalheiro, Salão Paulista, Ópera dos Três Vinténs, Diálogo das Héteras e a série Cangaço. O prédio é datado do século 17 e hospedou, em meados de 1800, o imperador Dom Pedro II, a princesa Isabel e o Conde d´Eu.



Eles viajaram para a cidade na inauguração da ponte Dom Pedro II (1822-1885), outro ponto turístico que merece visitação. Feita de estrutura metálica importada da Inglaterra, a ponte interliga Cachoeira e São Félix, cruzando o Rio Paraguaçu.



Lazer - Da Rua 13 de maio, o visitante pode caminhar mais 10 minutos e ir até o Café Pouso da Palavra, na Rua 25 de junho. Fotos em preto e branco, quadros e poesias do escritor Damário Cruz, proprietário do estabelecimento, ficam penduradas nas paredes da pequena e aconchegante casa, cercada por objetos antigos. Relógios grandes de ferro, máquinas de datilografar e telefones do século passado estão expostos, mas não à venda.



Quem quiser levar lembranças da cidade pode comprar jarros, esculturas, quadros e outros acessórios sem sair da Rua 25 de Junho. No Museu do Recôncavo estão obras do famoso artesão de Cachoeira, Teiga, de 65 anos. Nascido na cidade, começou a trabalhar com atividades artísticas aos 11 anos e hoje produz soldados e santos de chumbo, caleidoscópios, peças em couro e madeira. Os preços variam de R$ 1,00 a R$ 800,00.



Outra opção é visitar o Atelier de Louco. Famoso escultor de Cachoeira já falecido, Louco passou seu talento para o filho. O atelier fica na Rua 13 de Maio. O trabalho de Louco Filho inclui peças sobre a cultura de Cachoeira. Imagens de orixás, máscaras africanas em madeira de jacarandá, berimbaus e quadros que retratam os costumes dos moradores do Recôncavo Baiano estão entre os produtos, que custam entre R$ 1,00 a R$ 10.000.



Engenhos e casas de Farinha - Quem tiver tempo pode ainda visitar as casas de farinha e os engenhos que ficam na Baía do Iguape, às margens do Rio Paraguaçu. Para isso, é preciso se deslocar por barco, carros de passeio ou moto-táxis. A visita aos engenhos de farinha é feita pelo rio.



O visitante pode ir ate o Cais e pegar um barco. Cada pessoa paga até R$ 10,00 para chegar às casas construídas no século XVIII pelos portugueses que iniciaram as plantações e o cultivo da cana-de-açúcar na região. Muitos deles estão desgastados pelo tempo. Alguns, em ruínas. As largas edificações ficam em meio à vegetação da mata atlântica.



O Engenho da Vitória, erguido no século XIX e o último a encerrar as atividades, em 1940, é um dos mais visitados. Foi restaurado pelo Iphan e fica a cerca de 30 minutos do município. O passeio dá direito a paradas em outros engenhos.



Para conhecer como é feita a famosa farinha de Cachoeira é preciso se deslocar até o distrito de Alecrim, a 20 minutos de Cachoeira. O trajeto pode ser feito de carro ou moto-táxi, com um custo de até R$ 2,00. Lá, o visitante vai assistir ao processo de feitura da farinha, beiju e tapioca. Os alimentos são preparados pelas mulheres nas quartas e quinta –feiras para ser comercializados aos sábados, na Feira do Porto.



Nas casas de farinha, as senhoras também vendem as folhas da mandioca que serão usadas para a maniçoba, prato bastante apreciado na região. Nos dias dos festejos de Nossa Senhora da Boa Morte cada refeição é consumida na cidade por até R$ 15,00 em restaurantes e bares.



Leia as outras matérias do especial:



Cachoeira se prepara para a Festa da Boa Morte



Festa movimenta comércio de Cachoeira



Mulheres perdem interesse pela Irmandade



Saiba como chegar a Cachoeira



Confira dicas de hospedagem e alimentação



Construções do século XVIII são restauradas



Falta de oportunidades afasta os jovens



Crise da Varig afeta festa da Boa Morte

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