SALVADOR
Saiba curiosidades de antiga fazenda atualmente Palestina, em Salvador
O bairro é conhecido por pessoas trabalhadoras e moradores antigos
Por Alex Torres e Bernardo Rego

A cidade do Salvador, capital da Bahia, possui algumas peculiaridades que às vezes nos escapam. Mas uma delas é que até 2016 não existiam bairros oficialmente registrados e alguns com nomes bem peculiares. Dentro desse contexto, a equipe do Portal A TARDE esteve no bairro da Palestina para entender um pouco da origem do nome e conhecer as curiosidades da localidade.
Segundo informações coletadas do livro O Caminho das águas em Salvador - bacias hidrográficas, obra feita através da parceria entre Elsabete Santos, José Antonio Gomes de Pinho, Luiz Roberto Santos Moraes e Tânia Fischer, onde hoje é a Palestina era uma fazenda que pertencia à Companhia Empório Norte, da família de Luís Tarquínio e a região era habitada por pessoas vindas do Recôncavo Baiano. A maioria delas morava em casas de madeira sem água encanada e luz elétrica.
Ainda de acordo com o livro, José Alves, líder do bairro, disse que o nome foi escolhido por ser um lugar de gente pobre e lutadora.
Também foram ouvidos moradores e frequentadores do bairro com o intuito de entender a ligação afetiva que têm com a Palestina, mas também saber se acreditam que o nome tenha alguma relação com a região amplamente conhecida do Oriente Médio, que atualmente está em conflito.

Maria das Graças, de 47 anos, contou que gosta do nome Palestina e acredita não ter nenhuma relação com a região do oriente médio que carrega o mesmo nome. Ela enfatizou ainda que o bairro possui pessoas que gostam muito de trabalhar e a maioria já reside há muitos anos.
A estudante Marcela Santana, de 19 anos, relatou que os seus colegas fazem relação e até zoação por conta do nome do bairro. Na visão dela, há uma relação entre a violência no bairro com a guerra. Mas ela fez questão de mencionar que as pessoas que ali habitam realmente são trabalhadoras.

Valteir Menezes, de 48 anos, regente da fanfarra de uma escola do bairro, detalhou que, apesar de morar em um bairro próximo, Valéria, já convive com a Palestina há 12 anos.
“Para mim é um nome estranho e curioso que eu desconheço a origem, mas já convivo o bairro há 12 anos porque sou regente uma fanfarra. Infelizmente há uma violência enorme em virtude da guerra entre facções, mas apesar disso é um bairro onde as pessoas, apesar de serem pobres e carentes, lutam muito pelo que querem”, disse.

Ailton Santos, de 64 anos, contou que o nome Palestina foi escolhido pela comunidade na época e que antigamente a região se chamava Beco de Bido (nome dado pelos fundadores do bairro.
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