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Salvador pode ter reajuste na tarifa de ônibus nesta semana
O aumento na passagem foi anunciado ainda em abril, mas prefeitura cobriu alteração no valor por dois meses
Após dois meses do anúncio do reajuste de R$ 4,90, a tarifa de ônibus em Salvador deve subir no bolso dos passageiros a partir do dia 1° de junho. O aumento havia sido anunciado no final de março pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil), que, à época, fez a ressalva de que o município pagaria a diferença de R$ 0,50 entre o valor antigo e o atualizado por dois meses, o que faria com que o valor permanecesse igual para quem utiliza o sistema.
No entanto, devido à não aprovação do subsídio federal de R$ 5 bilhões às gratuidades até então, o mandatário vai a Brasília nesta terça-feira, 31, numa tentativa de intensificar o diálogo na Câmara dos Deputados para que o projeto de lei enfim seja pautado. Ele vai se encontrar com o relator da matéria, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e com líderes partidários para buscar um entendimento em torno do tema.
Para a oposição, contudo, a estratégia do mandatário soteropolitano é uma forma de não se responsabilizar pelo reajuste da tarifa. A vereadora Marta Rodrigues disse em conversa com o A TARDE que a raiz dessa situação se encontra no modelo de concessão do transporte público adotado pela gestão do prefeito ACM Neto (União Brasil) em 2014 e que prossegue soba administração do atual prefeito.
“Essa crise no transporte público, especificamente de ônibus em Salvador, vem de anos, e foi intensificada na gestão de ACM Neto, diante da trágica escolha do modelo de concessão realizada e defendida por ele. Um modelo que em 2014 foi contestado por todas as partes envolvidas na discussão”, argumentou a edil.
“Agora, o atual prefeito faz a mesma coisa, mas diante do agravamento, joga para a população para o governo federal de Bolsonaro a responsabilidade do aumento da tarifa de ônibus em Salvador para R$ 4,90. Aumento que já aconteceu, pois as empresas já passaram a receber esse valor”, segue apontando Rodrigues.
Motivos
No sábado, 28, Reis se encontrou com os deputados federais baianos Adolfo Viana e Elmar Nascimento, líderes na Câmara do PSDB e do União Brasil, respectivamente e afirmou que vai também buscar o deputado Antonio Brito, líder do PSD na Casa. O prefeito voltou a citar as dificuldades enfrentadas pelo setor, agravadas pelo aumento de 100% no valor do diesel em um ano.
“O aumento do diesel gerou um desequilíbrio ainda maior do sistema de transporte. A situação é muito grave e esperamos ter um apoio federal. E que o governo do estado também faça a sua parte, reduzindo o ICMS sobre o diesel usado no transporte público”, afirmou Bruno Reis.
O Projeto de Lei 4.392/21 visa destinar R$ 5 bilhões para financiar a gratuidade oferecida aos idosos no sistema. Em Salvador, a Prefeitura afirma que já concedeu às empresas a isenção do ISS e de outras taxas, além de ter aberto mão das outorgas.
Peso no bolso
O peso no bolso da população com o aumento de R$ 0,50 na tarifa de ônibus terá um grande impacto no bolso da população que necessita utilizar o transporte público na capital baiana. Essa é a avaliação do vereador Sílvio Humberto (PSB).
“É um impacto ruim. Salvador é uma cidade pobre, com o índice de desemprego aumentado pela pandemia, com um momento inflacionário que aumenta o preço dos alimentos. Mais um aumento a população não aguenta”, avalia Humberto.
Para além do momento de crise financeira, de acentuação da pobreza e d fome, a vereadora Marta Rodrigues (PT), cita que, apesar de Salvador já ter um dos valores maiores valores de tarifas de ônibus do Brasil, a população faz uso de um serviço precarizado.
“Como se não bastasse, a prefeitura toma medidas que prejudicam ainda mais os passageiros, como retirada do Domingo é Meia. Mantem uma frota que não atende à demanda, deixando veículos superlotados. Mantém a expiração de créditos do sistema Salvador Card, deixando que as pessoas percam o valor investido”, destaca a vereadora.
