Moradora de Paripe reclama de risco de deslizamento em encosta

A cada chuva, a preocupação de que uma tragédia possa acontecer. É isso o que sente a vendedora Rejane Rosário, de 35 anos. Ela, que é moradora do bairro de Paripe, em Salvador, reside em uma casa de dois pavimentos localizada no topo de uma encosta, na Rua Telma Cristina.

Rejane mora sozinha no andar de cima, enquanto seu irmão e mãe, já idosa, moram no térreo. A forte chuva que vem atingindo a capital baiana desde a quinta-feira, 3, reacendeu o medo da família de que o imóvel possa desabar, caso a encosta ceda com o temporal.

Segundo a vendedora, há 15 anos a família vem solicitando a construção de uma contenção de encostas. A batalha começou a ser travada pelo pai dela, que já faleceu, e hoje ela tomou o assunto como sua responsabilidade.

Apesar dos esforços, a contenção nunca veio. A Codesal chegou a instalar uma lona no local, mas o equipamento está repleto de buracos, e de acordo com Rejane, não impede que a terra desça e entre na casa de seus vizinhos, que moram na parte de baixo da encosta.

“No início, a gente deixou quieto porque a casa não estava muito próxima da encosta e a Codesal também alegava que era uma obra particular e não podia fazer nada, mas depois eu decidi tomar a frente. Quando chove, a terra desce, entra na casa dos meus vizinhos, e eu tenho medo pela minha casa no topo, medo de cair tudo. Minha mãe é idosa, quando tem chuva forte assim, ela fica preocupada”, conta.

De acordo com Rejane, atualmente, a lona que cobre a encosta está com dois grandes buracos. O equipamento, que precisa de manutenção periódica, não é trocado desde janeiro. “Quando rasgou de novo, eu liguei e procurei a Codesal. Fui lá pedir e não trocaram a lona, e também não deram nenhum tipo de retorno. Com dois buracos já fica um estrago, imagina se rasga mais”, afirma.

A Codesal já notificou Rejane para que ela e a família deixassem a casa nos dias de chuva devido ao risco de deslizamento, mas a vendedora pede por outra solução.

“É muito fácil dizer ‘saia da sua casa’, mas para quem mora, não é fácil largar tudo que a gente batalhou, para viver de aluguel, isso quando dá para fazer. O que eu quero mesmo é que construa uma contenção, e estou buscando antes de acontecer uma tragédia, porque a lona não aguenta, ela rasga”, protesta.

Nem a Codesal e nem a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra) responderam ao contato da equipe de reportagem do Portal A TARDE até o fim da publicação desta matéria.